Em São Paulo, além da marcha, será realizada uma aula pública para alertar sobre danos à saúde e ao meio ambiente
Diversos países irão se mobilizar contra a multinacional Monsanto, uma das maiores empresas de biotecnologia do mundo e que possui cerca de 90% do mercado de sementes transgênicas e agrotóxicos, em todo o mundo. Em São Paulo, além da marcha em protesto contra a empresa, está prevista também uma aula pública para conscientizar sobre os danos à saúde e ao meio ambiente causados pelo consumo e plantio de sementes transgênicas.
Suzana Prizendt, coordenadora do comitê São Paulo da Campanha contra os Agrotóxicos e pela Vida, explica, em reportagem da Rádio Brasil Atual, que as sementes transgênicas são criadas para serem resistentes à aplicação de agrotóxicos o que, provoca o uso desmedido de venenos na lavoura.
Suzana lembra que esse sistema que combina a utilização de sementes transgênicas com o uso intensivo de agrotóxicos “está levando a índices de câncer nunca vistos antes e a uma contaminação ambiental imensa”.
Natália Almeida, que também integra a campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida ressaltou que o agronegócio brasileiro é, desde 2008, o campeão mundial em consumo de agrotóxicos, e diz que as empresas produtoras de veneno contam com isenções fiscais, que estimulam a produção e a aplicação nas grandes lavouras do país.
No final de abril, a Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei, em tramitação desde 2008, que livra as empresas do setor alimentício da obrigatoriedade de informação nos rótulos de produtos que contêm menos de 1% de transgênicos em sua composição. Se o projeto for aprovado também no Senado, alimentos como milho, soja, arroz e fubá, que antes tinham na embalagem o símbolo da transgenia, deixaram de ser identificados e chegará ao consumidor sem que este saiba que tipo de produto está comprando.
Para Renata Amaral, pesquisadora na área de consumo sustentável do Instituto de Defesa do Consumidor, a proposta fere o direito à informação e o direito de escolha do consumidor. “O consumidor não saber viola também o seu direito a uma alimentação mais saudável, a priorização de alimentos que não contenham esse tipo de transgenia”, alertou.
Fonte: Rede Brasil Atual