Importantes seres para o equilíbrio do ecossistema, como borboletas e abelhas, correm o risco de desaparecerem, enquanto que as indesejadas moscas e baratas tendem a se proliferar.
O cenário foi apontado em recente estudo realizado pela Universidade de Sydney, na Austrália e publicado no jornal científico Biological Conservation. De acordo com a pesquisa, 40% das espécies de insetos em todo o mundo poderão estar extintas nas próximas décadas. Os pesquisadores pontuam que formigas, besouros e outros animais do grupo estão desaparecendo oito vezes mais rápido do que mamíferos, pássaros e répteis.
Para chegar à essa análise, foi feita uma revisão de 73 estudos mundiais publicados nos últimos 13 anos e constatou-se a redução dos insetos. Grande parte dos levantamentos foi realizado no Brasil, em países no oeste da Europa e nos Estados Unidos, além da Austrália, China e África do Sul.
Ao menos quatro fatores levam à essa diminuição. O primeiro é a perda de habitat, em razão das práticas agrícolas, urbanização e desmatamento. Na sequência, está o aumento no uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura, com poluentes químicos dos mais variados tipos. Há também as questões biológicas, como espécies invasoras e patógenos e, por fim, as mudanças climáticas, particularmente em áreas tropicais, onde os impactos ambientais são maiores.
A pesquisa aponta que em dez anos teremos um quarto a menos de espécies de insetos; em 50 anos, a metade e, em um século, nenhuma.
Os insetos são essenciais para o funcionamento adequado de todos os ecossistemas, pois atuam como polinizadores e recicladores de nutrientes, além de manterem o número de pragas sob controle. Outro papel importante é que esses seres servem de alimento para outros animais. Muitos pássaros, répteis e peixes têm nos insetos sua principal fonte alimentar e, sem a presença deles, é possível que essas espécies também acabem sendo extintas, alerta o estudo.
Aumento de baratas e moscas
Na contramão, algumas espécies de insetos consideradas pragas e que se reproduzem rápido podem se adaptar às mudanças e proliferar, seja devido ao clima mais quente ou pela redução de seus inimigos naturais, que se reproduzem mais lentamente.
A pesquisa lembra que espécies como moscas domésticas e baratas podem ser capazes de viver confortavelmente em ambientes humanos, além de terem desenvolvido resistência a pesticidas.
O que podemos fazer?
Para que as projeções do estudo não cheguem à realidade, a sociedade pode dar a sua contribuição, tornando os jardins mais atrativos aos insetos amigos da natureza, sem fazer uso de pesticida, ou comprando comida orgânica, por exemplo, que não contém agrotóxicos.
Fonte: Pensamento Verde