Até o início da noite desta quarta-feira (7), 260 parlamentares declaram ao jornal O Globo que dirão sim à perda de mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – três votos a mais do que os 257 necessários para cassá-lo. Apesar da maré desfavorável, aliados do ex-presidente da Câmara preparam recursos para tentar amenizar a punição ao parlamentar ou, até mesmo, adiar o julgamento.
O atraso na votação é favorável para Cunha porque, se ele for julgado após as eleições municipais, parlamentares podem votar abertamente contra a cassação sem prejuízos eleitorais em suas bases.
A votação do impeachment de Dilma no Senado, com o fatiamento das punições deu novo à chamada “tropa de choque” de Eduardo Cunha. Agora, os parlamentares que apoiam o peemdebista acreditam que são possíveis emendas e destaques ao relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) aprovado no Conselho de Ética. Caso esse entendimento prevaleça, pode ser aprovada uma pena mais branda, como a suspensão do mandato por meses ou a cassação, sem a perda dos direitos políticos por oito anos.
O líder do governo, André Moura (PSC-SE), que era aliado de Cunha, confirmou presença na votação, mas não preferiu não antecipar seu voto. Por outro lado, defendeu que o fatiamento do processo no senado “deixa o caminho aberto a ser percorrido, não só para Eduardo, mas também para qualquer outro”.
O plano dos aliados é apresentar, antes do início da votação, uma questão de ordem pedindo que o plenário vote um projeto de resolução, e não o parecer do Conselho de Ética a favor da cassação – como é feito normalmente. Caso aprovado, o projeto de resolução, diferentemente do parecer, admite emendas, e os aliados vão propor uma pena mais branda do que a perda de mandato do peemedebista.
Presença
O processo de Cunha na Câmara é o mais longo da história da Casa. Para que o Plenário aprove a recomendação do Conselho de Ética de cassar o mandato do deputado afastado, é necessário o apoio de ao menos 257 dos 513 parlamentares. Tarefa que se torna mais difícil com o eventual esvaziamento da sessão.
Por isso, o Congresso em Foco lançou na segunda-feira (5) uma consulta a todos os 513 deputados para confirmar a sua presença na sessão marcada para meio-dia do próximo dia 12. Até as 17h desta quarta-feira (7), 142 deputados haviam assegurado, em resposta ao Congresso em Foco, que estarão presentes na sessão. A consulta continua aberta (veja quem já confirmou presença).
Veja a íntegra do levantamento do Globo
Fonte : Congresso em Foco