A confirmação da nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, somado com a divulgação de conversas telefônicas entre os petistas, gerou uma série de protestos em diversas cidades do país. Em pelo menos 17 capitais brasileiras houve protestos. Em Brasília, por exemplo, cerca de 5 mil pessoas estiveram em frente ao Palácio do Planalto e depois no gramado do Congresso Nacional protestando.
Na capital federal, o ápice da manifestação realizada na tarde desta quarta-feira (16), chegou a ter 5 mil militantes gritando questões de ordem contra a presidente Dilma. O protesto começou após a confirmação da ida do ex-presidente Lula para o Ministério da Casa Civil. De maneira espontânea – já que não houve marcação prévia da data – as ruas de 16 estados e do Distrito Federal ficaram repletas de questionadores do atual governo.
Em Brasília, enquanto membros dos movimentos gritavam questões de ordem pedindo o impeachment da presidente e a renúncia de Lula ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil. A Praça dos Três Poderes ficou tomada pelos manifestantes. Houve princípio de tumulto quando parte do grupo tentou invadir o Palácio do Planalto, mas a segurança conseguiu barrar. No momento mais tenso, policiais usaram gás de pimenta e bombas de efeito para dispersar os manifestantes.
Parlamentares da oposição estiveram no protesto e subiram nos carros de som estacionados pelos movimentos sociais nas ruas da Esplanada dos Ministérios. Entre eles, os deputados Darcísio Perondi (PMDB-RS), Bruno Araújo (PSDB-PE) e Alexandre Baldy (PSDB-GO). O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também se aproximou dos militantes, mas preferiu apoiar o movimento no chão. “Dilma não tem mais governabilidade. Esse é o fim”, disse ao Congresso em Foco.
Confronto
Depois de cantar o Hino Nacional em coro, os participantes da manifestação de hoje (quarta, 16) seguiram para o gramado em frente ao Congresso Nacional, onde novos confrontos, dessa vez com a Polícia Legislativa, aconteceram. Manifestantes tentaram subir a rampa principal do Congresso e receberam gás de pimenta da segurança.
Esse foi o estopim para que os militantes começassem a atirar garrafas de água e latas de alumínio nos policiais. Outro artifício utilizado pelos grupos que confrontaram a tropa de choque que realizava a proteção do Congresso foram os rojões, atirados em direção à linha de contenção feita para evitar que os manifestantes chegassem perto das entradas principais da Casa.
Depois de quase sete horas de protesto, policiais Legislativos começaram a dispersar os grupos que representam os movimentos sociais à favor do impeachment com bombas de gás lacrimogêneo. Apesar de, no geral, o número de militantes ter diminuído, um grupo de pequeno porte continuou enfrentando os policiais. A Polícia Militar também ajudou a conter os ânimos do público presente.
Os movimentos pró-impeachment envolvidos nas manifestações desta tarde anunciaram, com gritos de ordem, que “amanhã vai ser maior”, fazendo referência aos protestos que serão impulsionados durante a nomeação do ex-presidente Lula ao cargo de ministro-chefe.
Congresso em Foco