Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, constataram queda nas tentativas de suicídio entre estudantes do ensino médio após a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, no país. A taxa de redução foi de 7% em geral e de 14% entre gays, lésbicas e bissexuais.
Publicada na revista científica “Jama Pediatrics”, a pesquisa analisou dados coletados pelo CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças) como parte de seu Sistema de Vigilância do Comportamento de Risco de Jovens –uma pesquisa realizada a cada dois anos.
“Espero que os legisladores e a sociedade considerem as implicações potenciais para a saúde de leis e políticas que afetam os direitos LGBT”, afirmou a co-autora do estudo Julia Raifman, da Universidade Johns Hopkins, para o jornal “The Guardian”.
Em 2004, Massachusetts tornou-se o primeiro Estado dos Estados Unidos a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Outros 36 Estados seguiram essa orientação antes que a política se transformasse em lei federal, em junho de 2015.
De acordo com o CDC, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre os 15 e os 24 anos, com taxas de suicídio muito maiores entre os que se identificam como minorias sexuais do que entre os heterossexuais.
O estudo analisou dados de mais de 760 mil estudantes, coletados entre 1999 e 2015, comparando as tentativas de suicídio ocorridas antes e depois da aprovação da lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo, levando em consideração os Estados que aderiram logo e os que levaram mais tempo para fazer isso.
As informações abrangeram 32 dos 35 Estados que haviam aprovado legislação até 1º de janeiro de 2015. A mudança na taxa de tentativas de suicídio foi comparada com a observada para os 15 Estados nos quais o casamento entre pessoas do mesmo sexo não era legalizado.
A análise revelou que, nos anos antes do casamento homossexual se tornar legal, a taxa de autorelato de uma ou mais tentativas de suicídio entre os estudantes do ensino médio, em todos os Estados, foi de 8,6% ao ano, atingindo 28,5% entre aqueles que se identificaram como gays, lésbicas, bissexuais ou “não tenho certeza”.
Fonte : UOL