A deputada Leandre Dal Ponte (PV-PR) protocolou requerimento de informações à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Kátia Abreu, solicitando dados e possíveis resultados referentes a pesquisas desenvolvidas pela Embrapa sobre contaminação do solo e da água por agrotóxicos.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) é uma instituição pública de pesquisa vinculada ao MAPA. Criada em 26 de abril de 1973, tem como objetivo o desenvolvimento de tecnologias, conhecimentos e informações técnico-científicas voltadas para a agricultura e a pecuária brasileiras.
Entre as questões levantadas pela parlamentar, destacam-se os pedidos de informações sobre as pesquisas desenvolvidas com o objetivo de identificar possíveis efeitos ambientais do plantio de Organismos Geneticamente Modificados; e sobre a existência de um sistema de controle que possibilite o acesso às pesquisas desenvolvidas pelos seus pesquisadores, incluindo aquelas financiadas por outras empresas.
Leandre também questiona à ministra sobre os estudos que a Embrapa desenvolveu em relação à contaminação e persistência do pesticida glifosato no solo e na água, considerando que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que o agrotóxico é um provável agente carcinogênico. Sobre as relações da Embrapa com a empresa Monsanto, ela pede que a estatal forneça informações sobre as pesquisas efetivadas pela empresa em parceria com a Monsanto, no período de 1990 a 2014, e quanto foi investido pela Monsanto, ano a ano.
A utilização de agrotóxicos é a 2ª maior causa de contaminação dos rios no Brasil, perdendo apenas para o esgoto doméstico, segundo dados do IBGE. Considerando que a agricultura é o setor que mais consome água doce no Brasil, cerca de 70%, segundo o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pode-se dizer que, além de sérios problemas para a saúde, os agrotóxicos também se transformaram em um grave problema ambiental no país.
De acordo com o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Estadual de Campinas, Mohamed Habib, “hoje o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo, embora não seja o maior produtor”. Atualmente, o Brasil utiliza 19% de todo defensivo agrícola produzido no planeta, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Além disso, mais de 99% dos venenos aplicados na lavoura não atingem a praga alvo. Então, pode-se dizer que mais de 99% dos agrotóxicos vão para os rios, para o solo, para o ar e para a água subterrânea”, afirma Habib.
Fonte: Comunicação Lid-PV