A intenção nunca foi se envolver com política. Porém, a atenção com os clientes da loja de construção onde Leandre Dal Ponte trabalhava, no município de Saudade do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná, rendeu um convite para ingressar na vida pública no longínquo ano de 1996.
“Eu era simpática e o prefeito [Daizi Trento] me convidou para ser secretária de Saúde, pois achou que eu tinha perfil para atender bem as pessoas”, conta Leandre. “Eu era totalmente alienada quando assumi.”
Foram quatro anos à frente da Secretaria Municipal de Saúde até o fracasso da reeleição de Trento por 14 votos. “Eu fiquei muito frustrada. Aquilo era a minha vida”, relembra a recém eleita deputada federal.
A opção foi se mudar para Curitiba e canalizar parte do conhecimento adquirido durante o período na vida pública. Ciente dos obstáculos enfrentados por quem precisa de atendimento médico em Curitiba, Leandre fundou a Casa de Apoio Ideal, na capital paranaense, como um modelo de empresa. Por meio de convênio com dezenas de municípios do estado, o local recebe centenas de pacientes e acompanhantes diariamente e oferece atendimento que inclui estadia, café da manhã, almoço e jantar.
Foram 10 anos acompanhando de perto o sofrimento de muitas pessoas. “Eu morava na casa [local onde mora até hoje] e comecei a fazer amizade com as pessoas. Em muitos casos, eu era testemunha da dificuldade de atendimento, o que custou a vida de muita gente”, diz.
Foram 10 anos no comando da casa até deixar a sociedade do negócio e se filiar ao Partido Verde (PV) em 2009 e, posteriormente, a candidatura para deputada federal. Os 47.510 votos não foram suficientes para ocupar uma cadeira na Câmara Federal – Leandre perdeu por 164 votos atrás de Rosana Ferreira. “Quando você fica fora por uma margem tão pequena, a candidatura na eleição seguinte é impositiva. Comecei a trabalhar mais com o Partido Verde, fazer militância, entender melhor o processo”, aponta.
O resultado veio na última eleição com os 81.181 votos que garantiram uma cadeira na Câmara Federal, em Brasília. Sem surpresa, a saúde será a principal bandeira. “A saúde precisa acontecer perto das pessoas. Os municípios têm capacidade, só precisamos conseguir recursos com a União”, afirma Leandre.
Fonte : PV.PR