Comemorado nesta sexta-feira (3/3), o Dia Mundial da Vida Selvagem quer estimular o engajamento dos jovens na preservação das espécies.
RENATA MELIGA
Com a necessidade cada vez mais urgente de uma mobilização mundial para garantir a sobrevivência dos animais selvagens e seus habitats naturais, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da Vida Selvagem, celebrado nesta sexta-feira (3/3), com a temática “Ouça a Voz dos Jovens”.
A população mundial já ultrapassa sete bilhões de pessoas e deve chegar a 11,2 bilhões de seres humanos em 2100, segundo dados ONU. O impacto desse crescimento é cada vez maior para a vida selvagem, que vem perdendo espaço com a expansão das cidades, desmatamento, agricultura, queimadas e mudança do clima.
Para o diretor do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ugo Vercillo, a data cria uma oportunidade de trazer o tema à tona e chamar atenção para a proteção das espécies, na fauna e flora brasileira. “E além disso, nos perguntar: o que temos feito para proteger este patrimônio mundial? ”, questiona o diretor.
OS JOVENS
Dados do Fundo das Nações Unidas para a População apontam que quase um quarto da população mundial tem entre 10 e 24 anos. No entanto, a ONU está preocupada com as tendências das atitudes, crenças e comportamentos ambientais desses jovens e, com a campanha do Dia Mundial da Vida Selvagem, quer estimular o engajamento dessas pessoas na preservação e conservação das espécies.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, reforça que dar voz à juventude é extremamente importante porque os jovens têm papel ativo, estão conectados e preocupados com o próprio futuro, além de terem a capacidade de mobilizar a sociedade em prol de uma causa. “Serão eles os próximos líderes. Se estiverem ativos pela preservação do meio ambiente hoje, tenho certeza que na próxima década a sensibilidade de todos os atores para o tema será muito maior”, afirma.
No lançamento da campanha do Dia Mundial da Vida Selvagem 2017, o secretário-geral da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres (CITES), John Scanlon, disse que “para ter sucesso, devemos aproveitar plenamente a inovação e a energia da juventude, e combiná-la com a sabedoria que vem com a experiência”. Uma das ações da campanha foi a realização de concurso mundial de fotografias de espécies selvagens. O resultado do vencedor será divulgado nesta sexta-feira, em Nova York. Conheça as 10 imagens finalistas.
PLANOS DE AÇÃO
O Brasil é o país de maior biodiversidade do mundo e desperta uma intensa busca por espécies silvestres para diversos fins: desde a obtenção doméstica de animais e plantas exóticas, e alimentação, até a um vasto número de produtos derivados.
Ugo Vercillo explica que o MMA tem atuado no desenvolvimento de políticas públicas e ações que favoreçam a proteção da fauna e flora brasileira. Entre elas estão: definição das listas vermelhas, construção de planos para a conservação e recuperação de espécies, identificação das áreas prioritárias para a conservação, programas de restauração florestal, recuperação de áreas degradadas e combate ao desmatamento.
Atualmente, existem no Brasil cinco Planos de Ação Nacional (PANs) para conservação de mais de 400 espécies da flora nativa e outros 52 planos para a conservação de espécies da fauna ameaçadas de extinção ou do patrimônio espeleológico, destinados a proteger mais de 500 espécies da fauna brasileira ameaçadas de desaparecer.
A importância desses planos deve-se ao fato de o país ser responsável pela gestão do maior patrimônio de biodiversidade do mundo. São mais de 100 mil espécies de invertebrados e, aproximadamente, 8.930 espécies de vertebrados, divididos entre 711 tipos de mamíferos, 1,9 mil de aves, 732 de répteis, 973 de anfíbios, 3.133 de peixes continentais e 1.376 de peixes marinhos. De todo este grupo, 3.286 espécies existentes no Brasil estão ameaçadas de desaparecer.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227