Considerada um dos maiores problemas de saúde pública, a Aids matou só em 2016 um milhão de pessoas. Herbert foi pioneiro no combate à discriminação de LGBTs no Brasil.
A luta contra a Aids é permanente. Por isso, dia 1 de dezembro é comemorado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data foi criada em 1987, época em que as informações acerca da doença ainda eram bem confusas e o preconceito permeava as relações entre pessoas infectadas. Nesse cenário surge Herbert Daniel, figura fundamental na luta contra o preconceito e a favor dos direitos das pessoas que vivem com aids.
Herbert, nascido em 14 de dezembro de 1946, assumiu em 1988 publicamente que era portador do HIV. À época o ativista já mostrou que os próprios termos relacionados às pessoas que desenvolviam a aids ajudava a aumentar o preconceito. “Quando se tem aids, dizem as más e poderosas línguas que a gente é aidético. Continuo sendo eu mesmo. Estou com aids”, pequeno trecho de artigo escrito por Herbert Daniel para o Jornal do Brasil. Vale lembrar que naquela época não existia tratamento adequado e as pessoas que eram infectadas pelo HIV fatalmente desenvolviam a aids.
Herbert foi escritor, jornalista, sociólogo e fundador do Partido Verde e da Fundação Verde, que leva seu nome. Seu legado foi propor novas formas de lidar com a doença. Sugeriu respostas solidárias para o desafio do convívio da humanidade com mais um vírus mortal, sobre viver com aids. Difundiu outras vertentes de se vivenciar a aids, com maior promoção da participação social e política em prol do redirecionamento da concepção ideológica do estigma. Falou da necessidade de se difundir a informação da prevenção e da responsabilidade da participação governamental diante de uma epidemia que coloca em risco a vida de milhares de brasileiros.
Segundo o professor e escritor, James Green, Herbert Daniel tinha em seu discurso também sua imagem. Para Green, resgatar a memória da trajetória e do pensamento de Daniel é importante porque, na visão dele, “infelizmente estamos passando por um período muito ruim, com o crescimento da direita conservadora, religiosa e homofóbica”. Herbert morreu em 1992 com complicações decorrentes da aids.
Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro) – A data foi criada em 1987 e existe para alertar a humanidade para um dos maiores problemas de saúde pública. Desde que a doença foi conhecida, de acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), 35 milhões de pessoas morreram em todo o mundo em decorrência da aids e, desse número, um milhão morreu em 2016.
Larissa Itaboraí
Fonte: Fundação Verde