Medidas para o cumprimento da meta brasileira de corte de emissões foram tema de reunião entre governo e o terceiro setor.
LUCAS TOLENTINO
O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Everton Lucero, e representantes da sociedade civil reuniram-se nesta sexta-feira (08/07), no Rio de Janeiro, para discutir as medidas brasileiras de corte de emissões de gases de efeito estufa. O debate ocorreu na quarta reunião estratégica deste ano do Centro Brasil no Clima (CBC), entidade de reflexão e ação sobre o assunto.
O encontro teve o objetivo de analisar questões como o processo de ratificação pelo Congresso Nacional do Acordo de Paris, pacto global do qual o Brasil e mais de 170 países fazem parte com o objetivo de unir esforços para frear as emissões de gases de efeito estufa. A matéria tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados. O grupo discutiu, ainda, ações ligadas ao setor produtivo e analisou estudos voltados para a questão climática.
INTEGRAÇÃO
A prioridade é integrar ações para o cumprimento das metas brasileiras. Perante as Nações Unidas, o país tem o compromisso de cortar as emissões de carbono em 37% até 2025, com o indicativo de redução de 43% até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005. “Na próxima semana, vamos procurar o MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) para definir como operar em conjunto”, exemplificou o secretário Everton Lucero.
Protagonista na agenda do clima, o Brasil propôs intervenções em todos os setores produtivos para alcançar os percentuais de redução de emissões. “É importante a articulação com o Ministério da Fazenda porque essa não é uma questão exclusivamente ambiental e tem bastante relevância do ponto de vista econômico”, ressaltou o diretor executivo do CBC, Alfredo Sirkis. Segundo ele, todas as áreas ligadas ao tema serão identificadas e trabalhadas.
A reunião estratégica do Centro Brasil no Clima contou, também, com a participação do secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, dos especialistas e professores universitários, Eduardo Viola e Roberto Schaeffer, e da pesquisadora Natalie Unterstell.
O ACORDO
O Acordo de Paris foi estabelecido em dezembro de 2015 na 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês. Em abril deste ano, foi aberto o período de assinaturas oficiais do pacto, no qual o Brasil e mais de 170 países já confirmaram sua participação.
Para que comece a vigorar, é necessária a ratificação nacional de pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, essa ratificação ocorrerá pelo Poder Legislativo. Entre outras medidas, o Acordo de Paris busca limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais e empreender esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227