O governo francês tem planos de criar uma nova lei que multará homens que assediarem mulheres nas ruas do país. O anúncio foi feito pela Ministra de Igualdade de Gênero da França, Marlène Schiappa, que explicou que ideia é criar uma força-tarefa composta por políticos, policiais e outras autoridades para colocar um fim nesse tipo de comportamento.
“O ponto é que a sociedade como um todo tem que redefinir o que será aceito e o que não será”, afirmou a ministra em entrevista ao jornal francês La Croix. “[A lei] é completemente necessária porque, no momento, o assédio nas ruas não é definido na lei… Atualmente não conseguimos fazer um registro se isso acontecer”, disse ao RTL.
A lei também abordará diferentes tipos de assédio, considerando desde cantadas de rua até estupros. Schiappa lançou uma pesquisa para consultar os franceses sobre a possível lei, que será encaminhada em 2018.
Assédio sexual
O tópico foi bastante discutido mundialmente desde que uma série de mulheres acusou publicamente o produtor norte-americano Harvey Weinstein de assédio sexual. Entre as vítimas, estão atrizes como Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e Rose McGowan.
Desde que as denúncias vieram à tona, a hashtag #metoo, em que mulheres compartilharam suas experiências de machismo e assédio, viralizou no Twitter. O movimento as encorajou a compartilharem suas experiências, resultando em relatos chocantes, como o da ginasta McKayla Maroney, que revelou ter sido estuprada pelo técnico da equipe olímpica dos Estados Unidos.
A primeira-dama da França, Brigitte Macron, demonstrou apoio às vítimas de assédio e ressaltou a necessidade de romper o silêncio. “Acredito que todo esse assédio tem que acabar rapidamente. Libertar o discurso é a melhor coisa que poderia acontecer. As mulheres que estão compartilhando suas experiências são muito corajosas. É incrível. Algo está realmente mudando”, afirmou ela.
No Brasil
O assédio também é um assunto bastante discutido no Brasil. Em 2013, a ONG Think Olga lançou a “Chega de Fiu Fiu”, campanha que tem como objetivo combater o assédio em espaços públicos. Neste site, a organização mapeia lugares onde já ocorreram crimes do tipo. Saiba mais sobre a campanha aqui.
Fonte: Galileu