Neste mês de novembro 2016 algumas pessoas na rua, metro, facebook, etc, tem me pedido, e outras me cobrado com mais ou menos veemência, posicionamentos sobre a chuva de assuntos políticos que esta crise sem fim que atormenta o Brasil nos últimos anos não cansa de nos desafiar. Alguns me dizem que eu devia estar mais presente nas redes sociais e me comparam com outras figuras que são políticos profissionais e tem toda uma estrutura partidária em seu apoio.
Depois de uma dedicação a política quase total por 37 anos eu já disse que agora sou um cidadão que voltou a trabalhar na sua profissão de verdade e quer dar uma atenção maior a família embora continuando a acompanhar as venturas e desventuras da democracia no Brasil e no mundo. Posso eventualmente até me candidatar outra vez em alguma eleição e não me nego a ajudar dentro das minhas forças, porém repito, não quero mais saber de política profissional ou quase profissional. Lembrem do Programa PV 2014 (continua no site PV Nacional) onde dizíamos que esta é uma das doenças principais da política democrática. Acho que sei do que estou falando…
Mas não quero com isto fugir da conjuntura/turbilhão e da conversa política. Assim vou dar uma posição ”relâmpago” sobre os assuntos que mais me chegam, nem que seja só para dizer sim ou não, porém não deixarei de me posicionar.
Só para lembrar aos que me conhecem menos e para facilitar seus julgamentos, por transparência reitero o meu atual perfil ideológico que tem informado minhas propostas nos últimos anos. Considero-me em primeiro lugar, um adepto da democracia. Na classificação da velha política da revolução francesa ou soviética, que dividia o mundo em direita e esquerda, sou um socialista tipo socialdemocrata. Nos novos temas que vem emergindo desde as revoltas/revoluções de 1960 me considero ecologista, feminista, pacifista, internacionalista, vegetariano, etc. Defensor da governabilidade mundial pela construção a partir da ONU de uma federação democrática de nações que tenha o planeta Terra como sua pátria. Admirador da experiência da União Europeia.
Vamos lá de bate pronto:
1. Governo Temer.
Era a solução constitucional possível. Sou por uma posição de independência em relação a ele, porém torcendo para que acerte mais do que erre para chegarmos a uma posição menos dramática em 2018 e então o povo que vote de novo. Uma nova chance para todos nós.
2. Sarney filho no Ministério do Meio Ambiente.
A direção PV não foi consultada. Foi um convite pessoal do presidente Temer. O deputado Sarney filho já tinha sido um bom ministro do meio ambiente num dos governos PSDB. Entidades ambientais de grande peso atestam isto. Ele tem tomado medidas muito acertadas neste novo período no MMA.
3. PEC 241/55.
Remédio amargo, mas necessário para o naufrágio do período petista de governo que jogou o Brasil na maior crise social/política/ambiental/orçamentária do período de redemocratização. Claro que, é uma unanimidade, todos nós brasileiros gostaríamos que algumas políticas sociais não fossem absolutamente afetadas. Educação, saúde, assistência social, etc, porém nenhuma delas se salvará sozinha se um mínimo de reequilíbrio orçamentário e reativação econômica (desejo que bem mais verde) não forem alcançados. Quanto à sempre atacada austeridade lembro por coerência que nosso Programa PV 2014 a defendia, é claro com nossa visão ambientalista e com uma preocupação de reforma tributária.
4. Caixa 2/anistia.
Neste ponto estou com a bancada federal PV que já se posicionou claramente contra qualquer anistia.
5. Gedel.
Quem é baiano como eu sempre soube que este cidadão é problema. Até que demorou a mostrar toda sua face. Bastou um pouco de exposição ao sol…
6. Reforma da previdência.
Sou a favor de uma reforma para construção de uma previdência nacional única com direitos e deveres uniformes desde 1993 quando apresentei uma PEC completa sobre esta política pública e que serviu de base para toda esta discussão quem vem rolando até hoje com reformas aos pedaços e incompletas feitas pelos governos PSDB e PT. Está no nosso programa PV2014.
7. Eleições 2018.
Estamos longe. Quem pode prever como e se chegaremos lá? Algums perguntam se serei candidato. Como? De que projeto? Com qual finalidade? Com qual objetivo estratégico? A eleição presidencialista é uma eleição democrática precária e muito sujeita a messianismos de direita e esquerda que por vezes é decidida por milímetros na reta de chegada. Como mostrei no dia seguinte da apuração, a candidata democrata foi derrotada em Pensilvânia, Wiscosin, e Michigan por 1 %, 0,9% e 0,2% e isto deu 46 votos decisivos para Trump no colégio eleitoral. E nosso PV americano teve mais de 1% nos três estado…
8. Álvaro Dias será candidato do PV em 2018?
Ver item anterior. De qualquer forma digo que acho boa sua vinda para o PV. É uma missão do PV em todos os países onde existe fazer o diálogo com os democratas de esquerda, centro ou direita para propagar nossas idéias reformistas e quando alguns deles se aproximam mais isto deve ser visto com agrado. Foi o meu caso em 2003 quando deixei o PT.
9. Ciro Gomes.
É a bola da vez do messianismo de esquerda. Conheço o suficiente para avaliar que não será boa solução para a dificílima missão de ser chefe de governo/chefe de estado que o presidencialismo exige de uma só pessoa. Prefiro que o Lula, se puder, seja o candidato da esquerda. Ele precisa de todo tempo do mundo para nos explicar o que aconteceu na derrocada provocada pelo longo período que nos governou.
10. PV.
Tem muitos problemas é verdade, mas continuo julgando que tem o melhor programa. Prefiro continuar lutando para que tenha democracia interna e a partir daí possa ter uma atuação realmente de acordo com o potencial de seu programa que é o de uma corrente política necessária em todos os países. Fora isto ele como todos (todos!), os partidos brasileiros precisam sofrer (a palavra é esta: sofrer) uma reforma política democrática de verdade Eles estão muito mal. Ver nosso Programa PV2014, capítulo2 Reforma Política no site PV Nacional.
11. Supersalários.
É inconstitucional. As direções dos três poderes devem ao Brasil providências imediatas para cortá-los e congelá-los. Principalmente no Judiciário onde eles são mais chocantes.
12. Só para não dizer que não falei:
Em São Paulo votei Erundina e Natalini /vereador PV. Espero que os vencedores acertem.