As eleições de 2018 são consideradas as mais incertas da nossa história. Não podemos dizer que exista apenas uma causa para termos chegado a esse ponto, senão inúmeros motivos que têm levado, ano a ano, ao desinteresse e ao descontentamento da população para com o sistema político brasileiro.
O sistema político brasileiro precisa rever as suas relações, abrindo a oportunidade para que seja um espelho dos interesses do povo, pois é ele a fonte originária do poder.
Passamos por processos dolorosos nos últimos anos com um profundo impacto nas nossas relações, não apenas políticas, mas também culturais e sociais. O povo brasileiro parece dividido em opostos de um espectro ideológico e os níveis de intolerância para com o diferente parece ter aumentado a patamares alarmantes.
O diálogo se transformou em monólogo. A ideia de política foi difundida pela imprensa como o lugar da corrupção, embora tenhamos muitas pessoas boas fazendo política.
Por sorte, o Partido Verde — pelo seu posicionamento independente e seus valores ligados à proteção da vida e o incentivo à economia sustentável — é um partido no qual as pessoas veem um diferencial que facilita a separação da massa confusa de siglas partidárias atualmente registradas no Tribunal Superior Eleitoral.
Somos um movimento que defende as liberdades e a garantia de direitos, especialmente àqueles que ainda não usufruem do que lhes é formalmente garantido. Sabemos que o desenvolvimento econômico é necessário, mas que ele não pode ser feito de qualquer jeito, sob o dano de inviabilizar a nossa vida e daqueles que um dia virão. Defendemos que um meio ambiente saudável é o primeiro passo para alcançarmos uma qualidade de vida adequada e que a igualdade deve ser garantida com justiça.
Esse foi o posicionamento que, enquanto líder do Partido Verde na Câmara dos Deputados, tentei demonstrar ao país, indicando que somos um partido que não aceita a corrupção, independente de qual parte do espectro político ela venha, e que temos uma marca própria que nos diferencia dos demais.
Por isso, fidelidade é um valor que não abro mão. Este ano, a legislação também permitiu que os parlamentares mudassem de partido para concorrerem às eleições. Muitos o fizeram – não pensando em ocupar uma nova sigla que representasse melhor suas ideias, mas movidos pela ganância e pela necessidade de dinheiro e poder. Fidelidade é um valor que se demonstra nos momentos de maiores tentações. E minha fidelidade ao Partido Verde se manteve firme porque a política não deve ser feita centrada no indivíduo, mas construída tendo como base o social, o coletivo.
Outro valor que não abro mão é o da relação direta com a comunidade. Desde que assumi o cargo de deputada federal pelo Paraná, jamais deixei que Brasília fosse mais importante do que aqueles que acreditaram em mim. E, por isso, trabalhei estabelecendo uma ponte entre os interesses deles e as oportunidades que o governo federal poderia lhes oferecer.
As pessoas estão cada vez mais críticas. E precisamos aproveitar este interesse maior da população para lutar por um sistema mais justo, onde todas as pessoas sintam-se não apenas representadas, mas estimuladas a assumir seu papel na tomada de decisões. Isso é, de fato, uma democracia representativa. Crédito da Foto: Cleia Viana / Acervo / Câmara dos Deputados
Fonte: Fanpage da deputada Leandre