Assim como nos episódios anteriores, em que o Roundup foi apontado como um fator substancial para o desenvolvimento do câncer, houve uma batalha entre ambas as partes, envolvendo estudos científicos e especialistas. Segundo os reguladores europeus e norte-americanos, não ficou provado que o glifosato possa provocar câncer. Já a Organização Mundial da Saúde(OMS) disse em 2015 que “provavelmente” a substância é cancerígena – e esse é um trunfo importante para milhares de queixosos. Neste caso em particular, os advogados da companhia, além de se respaldarem em documentos científicos, destacaram os antecedentes familiares dos Pilliod, que também sofreram de câncer e doenças autoimunes, as quais, segundo seu argumento, aumentavam o risco de que o casal desenvolvesse um linfoma não-Hodgkins.
O Roundup, produto estrela da Monsanto, continua sendo vendido sem uma etiqueta que advirta de que existe um risco cancerígeno para os seres humanos. O glifosato, no mercado desde 1976, é o herbicida mais utilizado na atividade agrícola. Pessoas familiarizadas com a companhia alemã afirmam que não há planos de fazer modificações enquanto os recursos judiciais não se esgotarem em pelo menos um caso, conforme publica o The Wall Street Journal. Os sócios da empresa rejeitaram no mês passado as medidas adotadas pela direção, entre elas a compra da Monsanto. Desde então, as ações da empresa alemã caíram 40%.