Pesquisa levou em consideração 84 comunidades da Reserva Mamirauá (AM); recurso natural é utilizado para construção de moradias e embarcações
Em 2016, cerca de 1.400 metros cúbicos (m³) de madeira florestal foram explorados por comunidades ribeirinhas. Esse registro é 46% inferior na comparação com o ano passado, que totalizou extração de 2.600 m³ do recurso.
Os dados, coletados em agosto, são de um levantamento realizado pelo Instituto Mamirauá, que levou em consideração 84 comunidades da Reserva Mamirauá (AM). De acordo com o estudo, as espécies mais exploradas são o açacú, muito usado como boia para casas flutuantes, e o louro inamuí.
A madeira tora, classificada como sem tratamento, também é utilizada pelas comunidades para a construção de novas estruturas de moradia, principalmente casas. O material ainda é destinado para reforma de estruturas comunitárias, como escolas ou igrejas, e para a construção de embarcações, principalmente canoas.
O técnico Cláudio Anholetto, do Instituto Mamirauá, explica que as comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá podem fazer o uso sustentável dos recursos naturais para subsistência.
O monitoramento abrange a exploração de madeira para construção de moradias, mobiliário e canoas, mas não para comercialização. Toda madeira da reserva que é comercializada deve ser originária de planos de Manejo Florestal Comunitário.
Monitoramento
Desde 1993, o Instituto Mamirauá realiza o monitoramento anual da região, o que ajudou na implantação do Manejo Florestal Comunitário nas áreas mais afetadas pela extração tradicional de madeira.
Segundo Anholetto, a iniciativa é importante para avaliar o impacto da exploração do material sobre a floresta. “As populações humanas extraem um recurso natural que gera um impacto sobre o ambiente e sobre a espécie. Com o monitoramento, buscamos avaliar informações coletadas a respeito das espécies utilizadas, bem como em que volume estão sendo exploradas”, afirma Cláudio.
Após a identificação do impacto da exploração de madeira sobre determinadas espécies, a equipe do Mamirauá faz sugestões de substituição por espécies alternativas, com aproveitamento semelhante.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente