Defesa do ex-presidente chamou procuradores que dirigiram o MPF no período em que ele estava no cargo. Ex-diretor da Polícia Federal também deve falar.
Dois ex-procuradores-gerais da República devem prestar depoimento na condição de testemunhas de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (14). Cláudio Fonteles e Antônio Fernando de Souza vão falar ao juiz federal Sérgio Moro no processo em que o político é acusado de ter recebido propina da Odebrecht, em suposta contrapartida por contratos que a empreiteira fechou com a Petrobras.
Fonteles foi procurador-geral da República entre os anos de 2003 e 2005, indicado pelo então presidente Lula, pouco depois de assumir o mandato. Já Antônio Fernando de Souza ganhou notoriedade no cargo ao apresentar ao Supremo Tribunal Federal a denúncia que levou às condenações do mensalão.
Além deles, Moro também deve ouvir os depoimentos do ex-diretor da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa e do deputado federal Henrique Fontana (PT-PR). Os depoimentos de todas as testemunhas estão marcados para o período da manhã, a partir das 9h30, e serão realizados por videoconferência.
À tarde, mais duas testemunhas de defesa de Lula devem ser ouvidas, também por videoconferência. A audiência deverá começar às 14h.
A acusação
Nesta ação penal, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, esses imóveis foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos adquiridos pela empresa na Petrobras. Lula responde, nesse processo, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Além de Lula, também são réus nesse processo o ex-ministro Antônio Palocci, o assessor dele, Branislav Kontic, o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht e outros ex-executivos da empresa.
Fonte: G1