O senador Alvaro Dias participou, nesta quarta-feira (7/12), de um debate, na Procuradoria-Geral da República (PGR), sobre as medidas de combate à corrupção. Palestrante convidado pelo Ministério Público, o senador defendeu que o Senado recupere o pacote anticorrupção que foi deturpado pela Câmara dos Deputados: “No momento, há um clima de exacerbação na política, com muitos parlamentares investigados. Portanto, o cenário de revanchismo não é adequado para que possamos legislar bem. Somos constantemente acusados de legislar mal, e é importante compartilhar o ato de legislar com instituições sérias, como o Ministério Público, especialmente em relação às 10 medidas de combate à corrupção. O Senado tem o dever de restaurar o que foi modificado na Câmara. Essa é a nossa missão! Não podemos compactuar com tentativas subterrâneas de cercear as investigações das autoridades judiciárias, em especial a Operação Lava Jato”, disse.
Ao lado do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e de vários procuradores, Alvaro Dias defendeu também o fim da urgência para o projeto que pune o abuso de autoridade (ele apresentou requerimento nesse sentido), e disse que os políticos não têm feito a leitura correta do que se passa no país: ”Os políticos teimam em não ler o que multidões escrevem nas ruas deste país. Nos últimos anos, houve a banalização da corrupção, com escândalos que não produziam revoltas nem derrotas eleitorais, mas, repentinamente, houve um despertar, e o Brasil começou a mudar com as demandas da população indignada. E instituições como Ministério Público, Justiça e Polícia Federal reabilitam, a cada dia, as esperanças de um País diferente”, destacou.
O senador falou ainda sobre as oportunidades desperdiçadas pelo Brasil com a corrupção e sobre os prejuízos causados por ela, como o crescimento da dívida pública e o aumento do desemprego. Alvaro Dias citou o desvio de finalidade na utilização de recursos do BNDES, muitos deles sigilosos, como um dos exemplos de corrupção: “Há uma proposta nossa que acaba com o sigilo bancário nas transações com outros países”.
No evento, o Procurador Rodrigo Janot ressaltou a importância do poder Legislativo no combate à corrupção e defendeu as 10 medidas: “Essas medidas de combate à corrupção não são invenção brasileira. Todos esses instrumentos constam ou de tratados e convenções internacionais ou já foram provados em países cujo desenvolvimento do processo civilizatório está além do nosso, funcionam, são eficazes e são necessários ao combate à corrupção”.