Diadema finalmente ganhará sua unidade do Banco do Povo Paulista. O município era o único da região que ainda não possuía o convênio com o Estado de São Paulo. “O objetivo do governo estadual é instalar pelo menos uma unidade do Banco do Povo Paulista em cada um dos 645 municípios de São Paulo”, disse ontem o secretário de Estado do Emprego, Carlos Ortiz, após reunião com o prefeito Lauro Michels em que o acordo foi firmado.
A unidade será inaugurada em abril e ficará na Central de Atendimento, situada à Rua Amélia Eugênia, 397, Centro. “A Prefeitura vai ceder o local e o governo do Estado vai qualificar os profissionais que prestarão o atendimento ao público”, explicou Michels.
O programa oferece empréstimos com juros de 0,5% ao mês a profissionais liberais, pequenos comerciantes,motoristas, cabeleireiros e costureiras, formalizados ou não, contanto que comprovem atividade exercida e indiquem o que será adquirido com os recursos, que podem ser usados para abrir negócio, comprar instrumento de trabalho ou ampliar a produção. O montante, portanto, não pode ser destinado ao pagamento de cheque especial, por exemplo.
Se o solicitante for pessoa física, é preciso residir há mais de dois anos no município. Se for jurídica, não há limite mínimo, mas o faturamento anual tem que ser de até R$ 240 mil. Além disso, são feitas visitas do agente de crédito antes e após a liberação do dinheiro.
Os moradores de Diadema terão à disposição para empréstimos R$ 1 milhão, sendo 90%, ou R$ 900 mil, do Tesouro estadual e 10%, ou R$ 100 mil, provenientes da Prefeitura de Diadema.
Para pessoa física, o primeiro empréstimo vai de R$ 200 a R$ 5.000. O segundo até R$ 7.500, o terceiro, até R$ 10 mil. Para pessoa jurídica, o primeiro teto é de R$ 7.500, o segundo, de R$ 10 mil e o terceiro, de R$ 15 mil. Os valores podem ser quitados em até 36 meses e o solicitante não pode estar com o nome sujo.
Essa é uma das diferenças com o Banco do Povo Crédito Solidário, o único presente hoje em Diadema, que permite a formação de grupos para a tomada do crédito, em que a metade pode ter restrição cadastral. A outra, são os juros, que giram em torno de 3% – os recursos são do BNDES e de bancos comerciais.
Michels estima que a maior demanda na cidade deva partir de pequenos comerciantes de roupas, camelôs e cabeleireiros. “Se a divulgação for ampla, acredito que 70% do comércio deva nos procurar.” Para difundir a informação, o prefeito garante que serão feitos anúncios em carros de som, faixas e folders próximo à inauguração da unidade.
Concessão de crédito do programa à região dobrou em 2012
O Banco do Povo Paulista, presente nas demais cidades do Grande ABC, emprestou no ano passado R$ 3,6 milhões à região. O montante é o dobro do concedido em 2011. Foram realizadas 676 operações de crédito em 2012, 47% a mais do que no ano anterior (veja arte ao lado).
Segundo o diretor executivo do Banco do Povo Paulista, Antonio Mendonça, o Grande ABC dispõe de R$ 10 milhões para crédito, sendo a maioria em São Bernardo, onde há maior demanda. A unidade foi a primeira a ser inaugurada na região, em 2000. Em 2001, foi em São Caetano. Em 2002, em Rio Grande da Serra. Depois de um hiato de seis anos, Mauá ganhou sua representação. E, em 2009, foi a vez de Santo André e Ribeirão Pires.
Mendonça destaca que um dos atrativos é a menor restrição quando comparado aos bancos comerciais, que tendem a torcer o nariz a esse perfil de empreendedor, especialmente se forem informais. Outro ponto forte é a taxa de juros, de 0,5% ao mês, a menor do mercado.
Fonte : Diário do Grande ABC