Jill Stein demanda auditoria em estado-pêndulo da eleição americana e onde Trump venceu por pequena margem. Campanha para financiar recontagem, que visa ainda Michigan e Pensilvânia, já recolheu 5 milhões de dólares.A ex-candidata à presidência dos Estados Unidos Jill Stein, do Partido Verde, entrou nesta sexta-feira (25/11) com um pedido de recontagem de votos no estado de Wisconsin, um dos estados-pêndulos da eleição de 8 de novembro, segundo fonte oficial citada por agências de notícias internacionais.
Mike Haas, gerente da comissão eleitoral de Wisconsin, disse que a solicitação de auditoria foi encaminhada pela ex-candidata cerca de uma hora e meia antes de se encerrar o prazo para apresentar o pedido ao estado. “A comissão se prepara para iniciar a recontagem de votos para presidente dos Estados Unidos em todo o estado, como solicitado”, afirmou Haas em nota.
Há dois dias, Stein lançou uma campanha de arrecadação na internet para cobrir os custos da recontagem de votos em três estados, que incluem ainda Pensilvânia e Michigan. O prazo para o pedido de contestação nesses estados termina na segunda e na quarta-feira, respectivamente.
Nesta sexta-feira, o Partido Verde conseguiu superar 5 milhões de dólares em arrecadação, valor suficiente para auditar os votos não só no estado de Wisconsin, mas também na Pensilvânia. A meta da legenda é levantar um total de 7 bilhões de dólares, que inclui os custos com advogados.
O presidente eleito, Donald Trump, venceu em Wisconsin e na Pensilvânia por pequena margem e lidera no Michigan por apenas 10 mil votos. O resultado contradiz as pesquisas de intenção de voto nessas regiões, que sinalizavam uma vitória da democrata Hillary Clinton. Além disso, nas eleições anteriores, os três estados haviam sido conquistados por candidatos do Partido Democrata.
A página da campanha na internet afirma que, nessas três localidades, “dados sugerem uma necessidade significativa de se verificar o total de votos contabilizados eletronicamente”. O Partido Verde lembra ainda que as urnas eletrônicas utilizadas neste ano em Wisconsin foram proibidas na Califórnia após ter ficado provado que elas eram altamente vulneráveis à invasão de hackers.
Em nota no site, Stein destacou que “essas preocupações precisam ser investigadas antes que a eleição presidencial de 2016 seja validada”. “Nós merecemos eleições em que podemos confiar”, disse ela.
A ex-candidata deixou claro que seus esforços para contestar os resultados nesses três estados-pêndulos têm como objetivo assegurar a integridade do sistema eleitoral americano, e não desautorizar a vitória de Trump ou favorecer a segunda colocada Hillary.
Especialistas pressionam por recontagem
Os apelos por uma auditoria no resultado das eleições se tornaram mais fortes nesta semana, depois de um grupo de juristas e cientistas da computação ter afirmado que a democrata Hillary conquistou menos votos do que o esperado em cidades onde urnas eletrônicas foram utilizadas.
Apesar de não terem encontrado qualquer prova de que os resultados tenham sido fraudados ou que as urnas eletrônicas tenham sido manipuladas, os especialistas afirmam que a recontagem é importante para eliminar qualquer dúvida e fortalecer a confiança no sistema eleitoral americano.
Hillary já tem 2 milhões de votos a mais que Trump na contagem de votos, mas a vantagem não tem qualquer influência sobre o resultado do pleito, que é decidido por voto indireto no Colégio Eleitoral.
Fonte : notícias terra