A candidata à Prefeitura de Palmas Cláudia Lelis foi entrevistada ao vivo nesta terça-feira (20) no Jornal Anhanguera 1ª edição pela apresentadora Jocyelma Santana. Durante a entrevista, a candidata prometeu a criação de um hospital municipal. “Na minha proposta o Hospital de Urgência Municipal será na região Sul de Palmas. Até porque é a região mais populosa da nossa cidade e a população que fica mais distante dos hospitais que a gente tem”, disse.
Ela disse também que vai desonerar a carga tributária municipal. “Como prefeita, com poder de decisão, a partir de janeiro de 2017 nós vamos tomar a decisão de desonerar esses impostos e assim melhorar a vida de todo mundo. A gente tem visto que hoje os nossos empresários estão muito sacrificados porque além de pagarem impostos altos sentem o reflexo direto das ruas.”
Abaixo a entrevista na íntegra e aqui em vídeo.
Você foi escolhida dois anos atrás em substituição ao seu marido que estava em impedimento na Justiça Eleitoral e agora de novo, mais ou menos por conta disso. A senhora está preparada para administrar Palmas mesmo não tendo experiência direta na gestão de uma cidade?
Eu quero deixar claro que são duas situações completamente distinta. Naquela época, sim houve a substituição, mas agora eu sou candidata desde o primeiro momento. Indicada, inclusive, unanimemente pelo meu partido, por entender que o meu nome era o melhor para o momento para poder representar um projeto. Projeto que não é de uma pessoa apenas, mas de várias pessoas, vários homens e mulheres, várias famílias que acreditam no sonho de fazer uma política de forma diferenciada, uma política justa, comprometida com a nossa população. Fazer com que a política cumpra o seu papel, que é de melhorar a vida das pessoas. Ainda mais tratando-se do momento que nós estamos vivendo, de moralização da política, de combate a corrupção, onde as pessoas precisam resgatar essa credibilidade na política. Então, é por essa convicção de que nós podemos fazer muito mais e muito melhor do que nós temos hoje, do que nós tínhamos há quatro anos, oito anos atrás que nós estamos nessa caminhada.
O seu plano de governo fala de prefeitura humanizada. Eu começo lhe questionando sobre a saúde. A senhora prevê a construção de um hospital municipal de urgência com pronto-socorro, consultório médico, enfermaria e centro-cirúrgico. No entanto, a senhora participa de um governo que há dois anos tenta reformar o HGP, o que vai diferenciar a Cláudia vice-governadora da Cláudia prefeita de Palmas?
A gente tem que entender que o problema da saúde não é um problema que acontece hoje, dormiu bem e acordou um caos. O problema da saúde é um problema que vem se arrastando ao longo das últimas gestões. Eu não tenho dúvida nenhuma de que as promessas que foram feitas lá atrás nos palanques eleitorais, não só das últimas eleições, mas outras passadas também tivessem sido cumpridas certamente a situação da saúde não estaria como está hoje. O que nós precisamos é entender que precisa ter coragem para enfrentar esse grande desafio que é a saúde e colocar a saúde como prioridade. Porque a saúde é prioridade para a população. Sem saúde a gente não faz nada. Então, o que precisa é desafogar o HGP. A gente sabe que hoje quem sofre um acidente de bicicleta ou quem sofre um acidente de moto na TO, quem precisa ficar internado porque desidratou um, dois dias, ou quem sofre um AVC vai para o HGP. O que a gente precisa é desafogar o HGP e precisamos de um hospital que cuide desses casos menos complicados.
O hospital municipal seria onde na sua proposta?
Na minha proposta, o hospital de urgência municipal será na região Sul de Palmas. Até porque é a região mais populosa da nossa cidade e a população que está mais distante do centro, do HGP, dos outros hospitais que a gente tem.
A senhora fala muito no programa eleitoral sobre o custo Palmas, dizendo que é uma cidade cara, a dificuldade em se viver aqui por conta das despesas e de várias taxas que teriam sido criado, no entanto, a senhora também compõe o governo que fez pacotaço de impostos, reforma nos valores ano passado. O que o eleitor vai entender dessa proposta com relação a tornar a cidade mais viável economicamente para quem vive aqui?
A gente precisa pontuar bem as coisas e colocar os pingos nos is [sic]. Como vice-governadora eu não tenho poder de aumentar ou diminuir impostos.
Mas a senhora concordou com esses aumentos, com esse reajuste? E qual é a postura de estado e de município. A Cláudia no estado é uma postura e no município vai adotar outra?
Nós temos que atender o seguinte, todo aumento de imposto é um remédio amargo que nós precisamos entender e analisar a situação. A gente sabe muito bem a situação que o governo recebeu esse estado, da forma que ele herdou da gestão passada. Bem diferente do que é a receita da prefeitura hoje. Agora, o que eu quero deixar claro aqui é que nós estamos buscando não é uma posição, porque uma posição não transforma a vida das pessoas. O que eu estou buscando é uma decisão, assim como o prefeito atual, com a prefeitura na mão tem o poder, decidiu onerar os impostos e aumentar a receita da prefeitura com essas inúmeras taxas e cobranças que foram feitas. E o que eu estou buscando é justamente se prefeita dessa cidade, porque aí sim como prefeita, com o poder de decisão, a partir de janeiro de 2017 nós vamos tomar a decisão de desonerar esses impostos e poder assim melhorar a vida de todo mundo. A gente visto que hoje os nossos empresários, comerciantes estão sendo muito sacrificados até porque além de pagarem impostos altos sentem o reflexo diretamente das ruas. Uma gestão inteligente é uma gestão que tem uma economia que se sustente. O que a gente está vendo é que a economia adotada aqui no município não está se sustentando, haja vista, que inúmeras empresas estão fechando as portas, inúmero índice de desemprego que tem aumentado cada vez mais. Até porque os nossos empresários estão tendo que enxugar os quadros devido a toda essa quantidade de taxas e impostos a nossa população paga hoje e não sobra dinheiro para eles poderem investir no comércio e empresas.
No seu plano de trabalho tem incentivo fiscal para empresas que priorizem a contratação de jovens. Como, na prática, isso vai funcionar?
Nós vamos estar com o projeto que chama escola viva, onde nós vamos abrir as portas das nossas escolas para que os jovens possam ser qualificados e capacitados. Com isso nós vamos fazer uma política em parceria com as empresas de estar dando incentivos fiscais para essas empresas, para que eles contratem esses jovens. E vamos estar fazendo uma política muito forte em relação ao fortalecimento das nossas empresas, que são os nossos maiores aliados. Porque quem gera emprego e renda na nossa cidade. Por isso nós vamos ter uma secretaria de desenvolvimento econômico e vamos contar inclusive com uma pessoa da área, que já foi acordado com a classe, que vai estar na frente dessa secretaria e dentro da secretaria nós teremos também um braço muito forte no que se refere ao desenvolvimento da indústria. Nós temos aí um grande potencial para que a gente possa atrair novas indústrias, novas empresas para Palmas, mas para isso precisa se criar um ambiente favorável para essas indústrias. Quando eu falo de ambiente favorável, nós estamos falando de segurança jurídica, do marco regulatório, de infraestrutura. Quantas e empresas deixaram de se instalar em Palmas e foram se instalar bem ali do lado, em Porto Nacional? É isso que nós precisamos, ter esse olhar mais atento para que a gente gere emprego e dê oportunidade para nossa juventude. Claro que temos que contar com parceria, até porque ninguém faz nada sozinho. Então a gente precisa contar sim com parecerias, especialmente da Fieto, com o sistema S, que está preparado para receber essas empresas.
Na parte da gestão, no início do seu plano, a senhora propõe a criação de superintendências nos distritos e áreas mais afastadas da cidade. Como seria isso e até que ponto essa criação de superintendências não vai ser mais um cabide de empregos?
A gente entende que que a gestão compartilhada tem uma eficiência muito maior. Eu não pretendo fazer uma gestão dentro de um gabinete ou via rede social, o que eu pretendo é fazer uma gestão compartilhada com as pessoas, ouvindo as pessoas. Quando a gente ouve as pessoas a nossa chance de acertar é muito maior. Então com essas superintendências eu vou poder trabalhar diretamente com a comunidade. Esses superintendentes estarão diretamente ligados a mim, trabalhando diretamente ligados ao meu gabinete para que a gente possa dar uma resposta rápida à nossa população. E a gente entendendo a prioridade, nós vamos fazer a aplicação dos recursos da prefeitura de maneira que traga o benefício direto à população e com isso nós não vamos estar aplicando recursos com outras coisas que não são prioridade para a nossa população. Com isso, eu tenho certeza que a gente vai conseguir gastar menos dinheiro e atender muito mais a população.
Na área de esporte e lazer, a senhora propõe a construção de campos de futebol com grama, alambrado, arquibancada e iluminação para atender essa parte da população. No entanto, a gente percebeu, por exemplo, a demora do estado para reformar o estádio Nilton Santos. Como a senhora vai fazer no município para a construção de miniestádios na capital?
Mais uma vez eu quero deixar claro para a população que a função da vice-governadora não me compete tomar algumas decisões que eu considero de fundamental importância. A gente sabe que o esporte principalmente aqui no município tem que atender a todos, tem que ser uma prática que todos tenham cesso e hoje muitas pessoas têm sido beneficiadas, mas pessoas que têm dinheiro, que podem comprar uma bicicleta, um tênis bacana e a gente precisa levar o esporte para a juventude que talvez não tenha esse acesso à essa bicicleta ou esse tênis. É por isso que nós vamos sim revitalizar esses campos que hoje, a maioria não é de grama, são na poeira, não tem iluminação. Não permite os jovens jogar futebol à noite e a gente sabe que o calor aqui é intenso, então para jogar uma partida de futebol durante o dia é meio complicado. Agora, mais do que isso, vamos revitalizar as nossas praças, as nossas quadras esportivas, que hoje também não contam com cobertura e precisam ter, além de iluminação para que eles possam usar à noite e se tornar um espaço multiuso para a nossa comunidade. A gente sabe que hoje a gente enfrenta um grande problema, que é a questão do envolvimento dos nossos jovens com drogas e sabemos que só existe um caminho para isso. O esporte certamente é uma forte ferramenta para resgatar nossa juventude, assim como a cultura, a educação.
Aproveitando que a senhora tocou no ponto da droga, no seu plano fala sobre o projeto Viva à Vida, que seria uma clínica de tratamento para a recuperação de pessoas com dependência química. Que estrutura a senhora pensa para esse programa? E vai ser vinculado ao CAPs, por exemplo?
A gente entende que esse problema da dependência química é um problema de saúde também. Como eu disse, saúde é prioridade e por isso nós vamos buscar recursos nas diversas parcerias. É fundamental para Palmas hoje ter uma relação institucional saudável, ter parcerias com o governo estadual, quanto com o governo federal e com a iniciativa privada. E também ter parcerias com bancos internacionais, porque nós temos que buscar esses recursos para que a gente possa desenvolver essa clínica que é de fundamental importância. Como mãe de quatro filhos e imagino o desespero de uma mãe que perde os seus filhos para as drogas. Esses jovens que estão envolvidos também merecem ter essa oportunidade, merecem ser resgatados.
Fonte: G1