O governo PT/Dilma fracassou. Na área social (vide calamidade na saúde, na epidemia de violência, etc.). Na área econômica (vide a estagnação, patrimonialismo, populismo e esdrúxulas alianças internacionais). Na área ambiental, que calamidade, segue sempre na contramão das necessidades da humanidade e do planeta. Governo do combustível fóssil e do desrespeito aos limites da natureza.
A campanha 2014 PT/Dilma foi um incrível festival de mistificações, efeitos especiais de marqueteiros maliciosos e agressões/calúnias contra adversários. Um vale tudo eleitoral. Foi assim que parte do povo, iludido, lhe deu a apertada maioria para vencer.
Não durou um mês. A “mãe do PAC e da pátria” com pés de barro veio ao chão, beijou a lona da dura realidade do fracasso de seu primeiro mandato cobrando o preço do sacrifício ao país e ao povo para tentar corrigir seus erros. Só uma coisa não mudou: a empáfia, a soberba e o sectarismo fratricida.
Tem mais, sua escolha errada por intensificar a dependência de nossa matriz energética pelo combustível fóssil (petróleo/pré-sal) está levando ao naufrágio da Petrobrás. Tudo isto agravado pelo inacreditável assalto aos recursos da maior empresa brasileira para financiar atividades políticas/partidárias. Dispararam um míssil no casco do navio da Petrobrás que ameaça afundar.
Os brasileiros estão tristes, perplexos com tanta coisa errada. Da perplexidade passam a revolta, a irritação, a indignação e até a raiva. Num país de democracia jovem em construção é preciso aliar coragem, competência e prudência neste momento. É legitimo, é bom, é necessário para a vitalidade da democracia que o país diga o que acha de tudo isto.
Inclusive nas ruas.
Mas que faça de forma pacifista, sem violências, inclusive verbais que também ferem. Sem ilusões simplistas e algumas vezes até golpistas de que as soluções virão rápidas e fáceis.
É preciso que partidos políticos, sindicatos, associações apresentem propostas nas áreas política/ social/econômica/ambiental para enfrentar a curto, médio e longo prazo nossos atuais problemas. Isto vale para as forças governistas e oposição. Somos todos brasileiros.
E as ruas? Sim, repito, a democracia precisa da voz nas ruas para pressionar democraticamente parlamentos e executivos. Porém as soluções passam por fórmulas e caminhos da legalidade. Não podem ser impostas no grito. “Na lei ou na marra” deve ficar no passado de 1963/64.
Que o PT faça sua manifestação no dia 13/3/15 e diga o que pretende fazer para consertar seus malfeitos. Que a oposição faça sua manifestação no dia 15/3/15 e apresente suas opções para os problemas brasileiros.
Outras manifestações virão. Vamos fazê-las de forma civilizada para evitar uma involução em direção ao triste quadro da Venezuela onde uma guerra de rua desliza para uma guerra civil.
Em 15/3/15 coerente com minha posição de oposição ao atual governo federal, oposição pacífica, construtiva e democrática irei à manifestação mesmo tendo consciência que forças muito heterogêneas estão na sua convocação. Algumas inclusive que repudio. Mas como sempre não quero me esconder. Não quero me omitir. Prefiro tentar influir com minhas ponderações.
Até lá.
E o impeachment? Me cobram alguns exaltados. Amigos deixem a polícia e a justiça trabalharem sem paixões partidárias. A democracia não condiz com linchamentos seja na rua ou no judiciário. É preciso investigar, apurar para então acusar, permitir a defesa e então julgar. Isto não pode ser feito da noite para o dia.
A democracia exige respeito aos seus ritos e ritmos.
Eduardo Jorge 11/3/15.