Eduardo Jorge, do Partido Verde (PV), que concorre à presidência pela primeira vez, entre os principais assuntos abordados, a autonomia do Banco Central, oligarquia bancária e juros. Além disso, propôs a alteração na jornada de trabalho e cortes nos ministérios.
As declarações foram dadas durante entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo. Baseado no tripé macroeconômico: metas da inflação, superávit primário e câmbio flutuante, o candidato disse que a estabilidade econômica é necessária, mas que é preciso apontar para quais direções sua atenção deve estar mais voltada.
O tema Banco Central também fez parte da entrevista. Eduardo disse que não é favor da independência da autoridade monetária. “Ele (BC) precisa cumprir metas”, defendeu. Além disso, comentou que é preciso atacar a oligarquia bancária no Brasil e pôr fim aos altos juros e baixar progressivamente a taxa Selic.
A imediata redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais faz parte do seu plano de governo, mas vai além: em até dez anos, ele pretende reduzir a jornada para 30 horas por semana como forma eficiente de reequilibrar a economia e diminuir a desigualdade no Brasil. “Eu quero fortalecer o segmento do trabalho, reduzir a jornada, sem reduzir o salário”, defendeu.
O candidato, nas propostas, citou a fusão das casas legislativas federais e a ampliação das câmaras municipais. “Estou propondo a inversão do foco da política brasileira. A política tem que ser de baixo para cima”. Sugeriu que os recursos sejam distribuídos para os municípios, com o estado responsável em organizar por regiões, já o governo federal acompanharia a aplicação e criaria os indicadores.
Reduzir de 39 para 14 o número de pastas do governo também está na pauta de propostas do PV. “Eu quero diminuir Brasília, porque eu quero aumentar os municípios”, explicou. Eduardo afirmou que não irá mexer nos funcionários concursados e garantiu que a retirada dos cargos políticos, uma média de 90% deles, não irá prejudicar os programas de governo. O presidenciável disse que é necessário cortar gastos também com a remuneração de deputados e vereadores. “A política no Brasil virou negócio, virou carreira”, criticou.
Na área de energia elétrica, defendeu o aproveitamento da energia solar e de outras fontes naturais. “O que precisa ser feito é uma inversão de rota na matriz energética e na matriz elétrica de longo curso”, salientou. Para ele, com o pré-sal o Brasil está na contramão, é preciso que a Petrobras impulsione a indústria da energia renovável.
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