*Fabiano Carnevale
O Partido Verde da cidade do Rio de Janeiro representa a própria história dos verdes do Brasil. Tanto por ter sido o embrião fundacional em 1985, quanto pela realização de ter sido o maior movimento eleitoral verde da história recente do país, com a eleição de Fernando Gabeira para deputado federal em 2006 e a inesquecível campanha para a prefeitura em 2008.
Entretanto, por motivos conjunturais diversos, nos últimos anos perdemos parte da capacidade de inserção na sociedade. Cada vez mais pessoas são levadas a se desinteressar pela política tradicional, mas sabemos que a política ainda é o espaço privilegiado para se tomar as decisões mais importantes para a sociedade.
Mais do que nunca, é profundamente necessário que o Partido Verde retome o espaço perdido dentro da política carioca. Mas isso só pode ser realizado a partir de um projeto consistente que consiga gerir os desejos e as demandas que estamos escutando das praças de Madrid ao lamento das grades que envolvem nossos centros de poder carcomidos por obras faraônicas realizadas pelas grandes empreiteiras envolvidas na Lava-Jato.
Despoluir as águas, as praias, as cabeças, os políticos. Depois de passar 8 anos na oposição ao projeto da aliança PMDB-PT-PCdoB – e depois abraçada por PSDB e DEM – não poderíamos nos omitir de nos colocarmos consistentemente nas próximas eleições de outubro. Justamente no ano em que há a possibilidade real de derrotarmos o PMDB no Rio de Janeiro. No ano no qual a sociedade clama por alianças que se constituam como alternativas viáveis ao PMDB e que se imponham para vencer os fundamentalismos de direita e os autoritarismos da esquerda.
Depois de uma ampla rodada de conversas da Executiva Municipal Ampliada com candidaturas de oposição, optamos pelo início da construção de uma aliança programática em torno do nome de Alessandro Molon (Rede). A pré-candidatura de Molon se apresenta como uma saída ética, ecológica e sustentável para a cidade do Rio de Janeiro. A real possibilidade de se construir um campo progressista, baseado em profundos preceitos ideológicos, mas sem perder a capacidade de dialogar com os mais diversos setores da sociedade.
Essa aliança programática surge para ser aquela que não protege nem faz vista grossa à corrupção tanto da direita quanto da esquerda e por isso se conecta com os desejos e as demandas das pessoas que saíram às ruas em junho de 2013. Aquela que representa a única força capaz de responder aos enormes desafios sócio-ecológicos que definirão o futuro do Planeta. Aquela que não vai precisar se explicar por citações em denúncias sobre corrupção nem por qualquer dia de participação nos governos do PMDB na cidade e no estado. E que, por outro lado, não rejeita o diálogo programático com forças políticas democráticas e éticas e a aquela que não se fecha numa arrogante postura de única possuidora das soluções para os graves problemas que a cidade deve enfrentar nos próximos anos, pois entendemos que quem não se predispõe ao diálogo, não será capaz de governar.
O desafio está só começando. E como primeiro passo, lançamos a plataforma colaborativa de construção de programa de governo, chamada Juntos Pelo Rio ( http://www.juntospelorio.com.br ) e que insinua as nossas ideias para um futuro governo municipal: democrático, horizontal e participativo.
*Fabiano Carnevale é Presidente Municipal do PV-Rio e Secretário de Relações Internacional da Executiva Nacional do PV.