BRASÍLIA — A decisão sobre um eventual pedido de expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG) e do ex-governador do Paraná Beto Richa do PSDB dominou metade da reunião do diretório estadual de São Paulo, na segunda-feira. Sem consenso sobre pressionar oficialmente pela saída dos filiados, integrantes da legenda decidiram empurrar a discussão para próxima reunião, prevista para segunda-feira, dia 22.
O encontro de anteontem havia sido convocado para tratar do planejamento estratégico para as eleições municipais de 2020. Após uma hora de reunião, o presidente do diretório estadual, Marco Vinholi, pediu que assessores deixassem a sala para que fosse debatida em privado uma eventual representação do diretório estadual à Executiva Nacional pedindo a expulsão de Aécio e Richa.
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Uma parte dos presentes pediu que o deputado e o ex-governador fossem desligados sob o argumento de não “contaminar” os candidatos nas eleições municipais. Investigados em suspeitas de corrupção, os dois tucanos são considerados pelo grupo “tóxicos” àqueles que vão disputar o processo eleitoral.
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A possibilidade de pedir a expulsão dos filiados enfrentou divergência. Outra ala argumentou que o diretório estadual não seria a “instância adequada” para requerer a expulsão e que a medida abriria precedente para que outros diretórios estaduais também cogitassem o afastamento de correligionários de São Paulo.
Segundo o deputado federal Wanderlei Macris (PSDB-SP), o presidente do diretório preferiu fazer um “debate mais amplo” na próxima semana:
— A discussão não foi muito aprofundada, (…) ficou para semana que vem.
No âmbito da Executiva Nacional do PSDB, o pedido de expulsão de Aécio Neves (PSDB-MG) ainda precisa aguardar a instalação do conselho de ética. Não há previsão para o colegiado entrar em funcionamento, já que, para isso, é preciso esperar o Tribunal Superior Eleitoral validar as atas da convenção.
Os integrantes do conselho de ética foram eleitos em maio passado na convenção nacional do PSDB. O ex-vice-governador do Espírito Santo César Colnago será o presidente do conselho e a secretária será a deputada federal Bia Cavassa.
Procurados, Aécio e Richa — que negam irregularidades — não retornaram.
Fonte: O Globo