A água é meio essencial para o abastecimento dos seres humanos e de importância vital aos ecossistemas e ainda é considerado um recurso natural renovável. Muitas ações têm sido colocadas em prática, mas se mostram insuficientes para garantir o abastecimento de água para as futuras gerações. Apesar de toda a programação do Dia Mundial da Água, que é comemorado hoje (23/3), ser voltada para o uso racional e economia de água, a conscientização deve ser também individual. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), se os atuais modelos de consumos se mantiverem, até 2025, duas em cada três pessoas vão sofrer escassez moderada ou grave de água.
No dia 22 de março de 1992 a ONU instituiu o Dia Mundial da Água, durante a Conferência Rio 92. A ideia era fazer com que, a cada ano, essa data fosse um momento em que os Estados promovessem atividades para a conscientização pública para uma melhor utilização deste bem, com mesas de discussões, apresentação de documentários, elaboração de cartilhas com recomendações para a população, buscando maior reflexão a respeito da utilização sustentável da água. No mesmo dia em que foi estabelecido o Dia Mundial da Água, a ONU divulgou um com as diretrizes favoráveis ao bem natural, além de trazer informações que garantam a cultura de preservação ambiental, a “Declaração Universal dos Direitos da Água”.
Baseado na boa utilização e qualidade da água em todo o Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA) realizou o estudo ATLAS BRASIL, onde foram analisados 5.565 municípios das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Para elaborar os estudos foram convocados representantes de órgãos federais, estaduais e municipais, além de gestores, técnicos, comitês de bacias hidrográficas e prestadores de serviços de saneamento, entre outros.
O estudo traça a oferta e demanda de água de maneira local, apresenta o diagnóstico com relação a investimentos que cada município necessita, define o planejamento com a análise de projetos e estudos que o município, eventualmente já desenvolva, e apresenta alternativas técnicas e seus custos, para o aproveitamento de novos mananciais, ações de coleta e tratamento dos esgotos com o intuito de preservar as mananciais. Por fim o ATLAS BRASIL oferece recomendações para que os projetos e seus devidos investimentos sejam viáveis.
Sérgio Ayrimoraes, Superintendente adjunto de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, avalia a importância da interação entre estados e municípios na elaboração e execução de projetos. Segundo ele, os prefeitos e governadores devem inteirar-se dos problemas que vem acontecendo em suas cidades, buscar informações e soluções com os órgãos competentes. “Uma participação mais ativa em comitês de bacias hidrográficas é fundamental”, destaca Sérgio Ayrimoraes. De acordo com o superintendente, o ATLAS BRASIL tem como característica a transparência, pois oferece suporte técnico tanto para representantes das cidades quanto para população.
No site da ANA é possível ter acesso ao estudo, que tem a função de auxiliar os governos para a utilização racionada da água, porém Sérgio Ayrimoraes destaca que deve haver participação e compromisso de todas as partes envolvidas. “Não basta garantir que as obras sejam executadas e sim que os municípios busquem uma sustentabilidade operacional, dando continuidade ao projeto que foi iniciado”, ressalta.
Nota do Blog: A classificação da água como “doce” se refere às suas características naturais, ou seja, quanta salinidade (sais minerais) existe nessa água. De acordo com o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) na Resolução nº357/2005, água com salinidade igual ou inferior a 0,5% em mil miligramas é considerada “água doce”. Essa classificação é restrita ao território brasileiro.
Mais informações em http://www2.ana.gov.br e http://www.mma.gov.br
Fonte : blog da FVHD