O desmatamento na Amazônia Legal atingiu, em junho deste ano, o segundo maior número já registrado para o mesmo mês pelo sistema Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 1º e 28 de junho, o bioma perdeu 769 quilômetros quadrados (km²) de área vegetal, o equivalente a duas vezes a área da cidade de Belo Horizonte (MG), perdendo apenas para junho de 2016 (951 km²). O desmatamento da Amazônia neste período representa um aumento de 60% em relação ao mesmo mês do ano passado (488,4 km2). Os dados excluem a perda de vegetação provocada por fatores como incêndios florestais e exploração de florestas plantadas.
O jornal O Globo publicou nesta terça (2/6) ampla reportagem sobre o estudo e explica que o Inpe usa dois sistemas para monitorar. O instituto tem o Prodes, com maior resolução e anual, que oferece um cenário preciso. E o Deter, mensal, que só detecta áreas maiores e não ocultas por nuvens comuns na Amazônia, mas que é considerado uma ferramenta importante para a fiscalização. Os dados divulgados esta semana são do Deter. A reportagem lembra ainda que o cenário de crescimento do desmatamento no Brasil coloca em risco o compromisso assumido pelo país no Acordo de Paris, assinado em 2015. No documento, o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
O balanço divulgado na terça pelo Inpe foi manchete não apenas dos jornais brasileiros, a imprensa internacional também repercutiu os dados. O jornal inglês The Guardian ressaltou o “desmatamento desenfreado da Amazônia impulsionado pela ganância global por carne”, em extensa reportagem que expõe como o gigante setor da pecuária continua ameaçando a saúde da maior floresta tropical do mundo.
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Fonte: Globo Rural