Como a visão ambiental, a preocupação com a redução das desigualdades e a superação da miséria atravessa todos os itens anteriores. No entanto, reconhecendo que progredimos nestes anos de governos democráticos, nós sabemos que nosso país continua sendo um dos mais desiguais do mundo, e muitos dos nossos ainda vivem na miséria. Alguns programas neste período democrático têm sido importantes para diminuir este problema e serão por nós apoiados na sua continuidade.
O primeiro é o benefício de um salário mínimo previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) – pós-constituinte para todos idosos e deficientes muito pobres e que não tenham outro beneficio de seguridade. Em 2011 o governo federal gastou 0,65% do PIB com este programa. Outro foi a equiparação do piso de 1 salário mínimo da aposentadoria rural em relação ao piso já existente do trabalhador urbano, decisão da Constituinte 87/88 de grande repercussão na zona rural do país. O terceiro é o programa chamado bolsa família, com o qual em 2011 o governo federal gastou 0,45% do valor do PIB daquele ano.
Também melhorias nas políticas públicas saúde e educação, as ampliações de oportunidades de trabalho e a própria descentralização das atividades econômicas pelo país nos últimos anos têm contribuído para melhorar a situação das famílias mais pobres. São tendências que queremos aprofundar.
Nesse sentido, é nosso propósito apoiar fortemente as redes de produção, de troca e de consumo, solidárias e sustentáveis, que dão forma à economia solidária, da qual o cooperativismo é parte fundamental. A economia solidária, como defende o Prof. Paul Singer, pode ser uma via de desenvolvimento de economia popular e sustentável.
Uma ideia para uma ação mais focada e mais sustentável é destinar uma parcela considerável dos créditos disponíveis em órgãos oficiais como BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica para um grande programa de microfinanças e profissionalização prioritariamente para as mulheres das famílias que hoje recebem o bolsa família no país ou que estejam em famílias perto do limiar de miséria. Estamos seguindo uma orientação de Muhammad Yunus: “os pobres, uma vez capacitados economicamente, são os lutadores mais decididos na batalha para solucionar o problema populacional, dar um fim no analfabetismo, viver vidas mais saudáveis e melhores. Quando os formuladores de políticas finalmente se derem conta de que os pobres são seus parceiros, em vez de espectadores ou inimigos, progrediremos muito mais depressa que hoje”.
Os programas de inclusão são para libertar, dar autonomia, abrir novas perspectivas econômicas para as pessoas.
Nesse esforço de gerar empregos e perseguir o pleno emprego, precisamos dividir melhor o acesso ao trabalho. Queremos reduzir de imediato a jornada de trabalho para 40 horas semanais e começar uma transição longa para chegarmos às 30 horas semanais.