A eleição presidencial este ano terá sete candidatos integrando o pelotão dos chamados “nanicos”, que disputam por partidos pequenos, normalmente sem coligações e com tempo tempo de TV e recursos de campanha mais reduzidos. Segundo a última pesquisa de intenção de votos do Instituto Datafolha, eles somam 5% dos votos. Cinco são ligados a partidos mais à esquerda do atual governo e dois têm propostas mais conservadoras.
Por enquanto, a maioria figura com traço ou 1% nas intenções de voto. Eles prejudicam mais a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas : somados aos 4% de intenção de votos do candidato Pastor Everaldo (PSC), os nanicos exercem o papel de garantir a realização do segundo turno das eleições presidenciais.
Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL), Zé Maria (PSTU, Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) criticam muito o atual governo e, também, os adversários mais fortes da presidente: Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Levy Fidelix (PRTB) e José Maria Eymael (PSDC) amenizam as críticas a Aécio, mas batem forte no governo petista.
Entre os nanicos, quatro são veteranos na disputa presidencial: Eymael e Zé Maria disputarão pela quarta vez; Levy Fidelix, pela terceira; e Rui Costa Pimenta, pela segunda. Em 2006, Pimenta teve seu registro de candidato à Presidência negado pelo TSE. Eymael e Levy Fidelix integram o grupo dos candidatos mais conservadores e neoliberais. Zé Maria e Rui Costa Pimenta ganharão o reforço do professor Mauro Iasi (PCB), no campo mais radical à esquerda. Eduardo Jorge e Luciana devem chamar a atenção dos eleitores com a defesa de uma bandeira polêmica: a descriminalização da maconha.
EDUARDO JORGE (PV): ENTRE IDEIAS POLÊMICAS, A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
VICE: Célia Sacramento
TEMPO DE TV: 1 minuto e 1 segundo
Eduardo Jorge, candidato do PV, tem entre os temas da campanha a defesa da legalização e regulação da maconha, com acesso via Estado. A tese se baseia em estudos recentes sobre o enfrentamento às drogas nos últimos 50 anos. Médico, ele explica a defesa do tema polêmico:
— O PV e eu não queremos estimular o uso, mas reduzir o dano e a criminalidade. A legalização, com regulação, será um golpe sério na economia do crime. Como médico, sei que a maconha é uma droga relativamente mais leve, mas tem 10% de chance de criar dependência. Por isso, defendo que não se deve usar e, se a pessoa for usar, que seja de forma moderada. Além disso, se a pessoa ou família notar exagero e procurar o sistema público de saúde, este deve ajudar e não prender, como é hoje — diz.
O programa do PV propõe outros pontos polêmicos, como a adoção do parlamentarismo e do voto facultativo. O candidato não poupa crítica aos principais adversários, embora admita que são preparados e pertencem a partidos que “fizeram coisas boas, mas que o povo quer mais”.
— Dilma, Aécio e Eduardo são representantes da família socialista; eu também sou socialista. A crítica que o PV faz é que eles são políticos do século XX, não incorporaram na mesma dimensão do PV o respeito aos limites do meio ambiente em cada decisão política — diz.
Fonte : Com Jornal O Globo