Gaudêncio Fidélis falou nesta quinta a CPI do Senado que apura maus-tratos a crianças. Mostra foi acusada de incentivo à pedofilia e cancelada; curador diz que obras foram ‘descontextualizadas’.
O curador da mostra Queermuseu, Gaudêncio Fidélis, afirmou nesta quinta-feira (23) em Brasília que, na avaliação dele, a exposição foi alvo de “censura” e “campanha difamatória”.
Exibida no Santander Cultural, em Porto Alegre (RS), a mostra sobre diversidade sexual foi cancelada em 10 de setembro após críticas, principalmente nas redes sociais, de que as obras promoviam a pedofilia, a sexualização de crianças e a zoofilia.
Diante da polêmica, dois promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul visitaram a mostra e chegaram à conclusão de que não havia pedofilia nas obras.
“[O fechamento] se caracteriza, dentro da Constituição brasileira, claramente como censura. E nós entramos, então, numa discussão que é aquela que diz respeito à liberdade de expressão, à liberdade de escolha, à liberdade de nós podermos decidir o que nós queremos o que queremos ver, o que nós queremos ouvir, o que nós queremos ler e assim por diante”, afirmou Fidélis nesta quinta.
O curador da mostra deu a declaração ao participar de uma audência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para apurar casos de maus-tratos a crianças.
Lugar de ‘diálogo’
Ao participar da audiência no Senado, nesta quinta, Gaudêncio Fidélis disse também que, na avaliação dele, exposições “não são um lugar de consenso”, mas, sim, “de debate, de dissenso e de construção do diálogo”.
Para o curador da Queermuseu, as obras envolvidas na polêmica foram “descontextualizadas” e alvos de “campanha difamatória”.
“[A polêmica] é resultado de uma campanha difamatória. Eu não estou aqui trazendo nenhuma novidade”.
Fonte: G1