Os números não mentem, e podem traduzir quase tudo. Disse quase porque recentemente a satisfação humana, que é um direito difuso, escapou dos índices tradicionais, trazendo o exemplo de um pequeno e feliz país chamado Butão, que possibilitou a subversão do indiscutível PIB (produto interno bruto), pela felicidade interna bruta—FIB. Toda provocação é importante nesse momento em que repensar o futuro passou a ser de extrema importância.
Também o impacto causado pelos tais sete bilhões de habitantes do planeta, anunciado pela mídia de forma sensacionalista;” Vai nascer o bebe sete bi em tal lugar…!” Mas não houve o esperado carnaval. Houve sim, apreensão. Como pode essa bolinha azul, girando no sistema solar, suportar uma quantidade de gente tão grande? A pergunta abriu uma discussão sem fim, que foi do controle populacional a produção de alimentos, reforçando a responsabilidade social da vida humana, pela sobrevivência planetária.
Aqui comportaria uma abordagem mais longa sobre modelo de desenvolvimento, que é minha praia política, mas não é o foco da minha conversa hoje. Quero me estender sobre os sinais que os números trazem.
Por exemplo, mais de quarenta mil mortes este ano, no trânsito brasileiro até outubro. Em que guerra contemporânea, neste espaço de tempo, em que tragédia climática, assistimos tal quantidade? Detonamos a beleza das nossas cidades, que é um direito difuso e fundamental, para atender a sua excelência o automóvel. Assaltamos a economia do trabalhador, comprometendo seu salário na aquisição de bem volátil como o carro (ao termino do financiamento não vale nada), e matamos milhares de pessoas. Os números me fazem refletir. Ou não querem dizer nada, e me levaram ao equivoco,ou precisamos mudar tudo.
Fonte : site do Penna