Martim Garcia/ Arquivo MMA
|
Mata Atlântica: conectividade
|
Começa nesta terça-feira (05/11), em São Paulo, reunião para integrar iniciativas da América do Sul sobre conectividade entre as paisagens.
DA REDAÇÃO
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) promove, por meio da Secretaria de Biodiversidade (SBio), o seminário Ampliação da conectividade: quais os critérios para estabelecer corredores ecológicos por meio da restauração e gestão da paisagem?. O evento será de terça a quinta-feira (5 a 7/12), na sede do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), e tem por objetivo dar escala à conectividade de paisagens nas suas diferentes dimensões e integrar iniciativas na América do Sul.
O seminário é uma parceria do MMA com a IUCN (International Union for Conservation of Nature), o Ministério alemão do Meio Ambiente, Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear (BMUB) e o com o Banco Mundial.
Trata-se da primeira reunião, no Brasil, relacionada ao Desafio de Bonn – no qual o país assumiu o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, anunciado durante a Convenção das Partes sobre Diversidade Biológica (COP 13), em Cancun, no México, em dezembro de 2016. Esse compromisso reforça as medidas para o país alcançar as metas brasileiras no contexto do Acordo de Paris.
DEBATES
Os principais temas para a promoção da conectividade entre paisagens que serão discutidos no evento são: coerência entre políticas públicas; redes multinacionais – comunicação, coordenação e cooperação; integração entre áreas protegidas; restauração de paisagens como estratégia de mitigação e adaptação baseada em ecossistemas; pesquisa e desenvolvimento em dinâmica do uso das terras em escala de paisagens. Participam das discussões representantes da Amazônia brasileira, colombiana e peruana e da Mata Atlântica brasileira, argentina e paraguaia.
Segundo o secretário de Biodiversidade do MMA, José Pedro de Oliveira Costa, diferentes regiões brasileiras possuem áreas de importância ecológica preservada, mas que são fragmentadas e separadas por áreas degradadas. “A implementação de corredores ecológicos é uma alternativa para superar os problemas relacionados à fragmentação de paisagens e fundamental para garantir a sobrevivência e viabilidade ecológica de numerosas espécies. Esses corredores ecológicos fornecem conectividade entre remanescentes de vegetação e recuperação de serviços ecossistêmicos”, explica.
O seminário reforçará a necessidade de mais estudos científicos sobre o tema, necessários para evidenciar as relações ecológicas entre espécies em corredores ecológicos. “O conceito de corredores ecológicos ainda não é um consenso no ambiente científico e são necessários mais estudos e discussões sobre o assunto, por isso é de fundamental importância o diálogo entre países”, afirma o secretário José Pedro.
LEGISLAÇÃO
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, criou, por meio de portaria específica, um Grupo de Trabalho e um Comitê para tratar da gestão de conectividade de paisagens. “Já começamos a colher os primeiros frutos neste ano. E, em março de 2018, teremos uma reunião ainda mais abrangente sobre esses mesmos temas – a 3ª Reunião Internacional do Desafio de Bonn, que provavelmente será realizada em Extrema (MG)”, comenta o ministro.
A Política Nacional para a Recuperação da Vegetação Nativa, instituída no início do ano pelo Decreto 8.972 / 2017, e seu principal instrumento, o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado em novembro passado pela Portaria Interministerial nº 230/2017, fornece subsídios para a recuperação efetiva de áreas degradadas no campo, facilitando a formação de corredores ecológicos e a promoção da conectividade.
Fonte: MMA