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ANA CAROLINA AMARAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BONN (ALEMANHA)
A plenária final da COP-23, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, está prevista para a tarde desta sexta-feira (17), quando as delegações dos 197 países se reúnem para aprovar o documento final desta edição.
É esperado que a presidência de Fiji apresente um formato para o chamado “Diálogo Talanoa”, que deve conduzir a conversa entre os países no próximo ano na direção de aumentar a ambição das metas nacionais. O Acordo de Paris estabelece o ano de 2020 como prazo para revisão desses compromissos, que nos moldes atuais ainda levariam o planeta a um aquecimento superior a 3º C. Pelo Acordo, os países concordam em limitar o aumento da temperatura média mundial a 1,5ºC ou até 2º C.
AVANÇOS ATÉ AQUI
As tensões durante as negociações da COP-23 ficaram em torno da divisão de responsabilidades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Países como o Brasil e outras potências econômicas emergentes pontuaram durante toda a semana passada que os países desenvolvidos precisam cumprir com suas responsabilidades assumidas antes de 2020, o que incluiria ratificar nos congressos nacionais uma extensão do Protocolo de Kyoto –primeiro acordo climático– para até 2020, a partir de quando o Acordo de Paris entra em vigor.
A exigência dos países em desenvolvimento tomou boa parte das negociações da COP-23 e só nessa quarta-feira (15) um documento final sobre os compromissos “pré-2020” apaziguou a briga, comprometendo todos os países com revisões anuais dos seus compromissos imediatos em 2018, 2019 e 2020. Além disso, países europeus como Bélgica, Alemanha, Espanha e Suécia ratificaram a segunda fase do Protocolo de Kyoto nos seus parlamentos.
TALANOA
Para convencer todas as partes a metas mais ambiciosas, Fiji propõe que o diálogo previsto no Acordo para acontecer em 2018 tenha um caráter “talanoa” (“conversa”, nas línguas do Pacífico). Deve acontecer em roda, com empatia e buscando a compreensão mútua. É assim que a presidência da COP-23 aposta em transformar as diretrizes de Paris em ações concretas. A próxima COP, que acontece na Polônia em 2018, deve concluir o “livro de regras” trabalhado desde Paris até agora.
Fonte: Folha de São Paulo