Partido deTemer receia que crise política atrapalhe a aprovação de medidas para ajustar as contas públicas e outras ações tomadas pelo presidente interino
A crise política provocada pelas gravações de conversas entre o ministro licenciado do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado provocou constrangimento entre deputados e senadores do PMDB. É unanime a opinião de que o governo deve tomar providencias rápidas para não ficar carimbado como conivente com as tentativas de barrar a Operação Lava jato reveladas nos diálogos entre os dois e publicados pelo jornal Folha de S. Paulo.
As revelações da conversa de Jucá com Machado ofuscaram a tentativa do governo de aprovar, o mais rápido possível, a nova meta fiscal para este ano com um déficit de R$ 170,5 bilhões.“É um constrangimento para todos, mas apoiamos as decisões que forem tomadas pelo presidente Michel Temer”, disse o deputado Carlos Marum (MS). Temer foi aconselhado por vários deputados do partido a demitir Jucá rapidamente para evitar estragos maiores na relação do Planalto com o Congresso.
O senador pediu licença do ministério do Planejamento, mas a crise política que envolve o Planalto e o Congresso não acaba. A crise Jucá engrossa outro problema do governo e do PMDB, o do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal. Com o retorno de Jucá à presidência do PMDB, cargo que assumiu em março no lugar de Temer para evitar polêmicas com o então vice presidente, a crise política volta à cúpula do partido.
A saída de Jucá do ministério também não aplaca a crise no Executivo. Seu substituto no Planejamento, Dyogo Oliveira, é um dos citados na Operação Zelotes, da Polícia Federal, que investiga o pagamento de propina a membros do Conselho Administrativo de recursos Fiscais (Carf). Uma CPI do Congresso também investiga o envolvimento de políticos nas fraudes do Carf. O novo ministro deve ser convocado a depor na comissão.
Fonte : Congresso em Foco