Gilberto Soares/ MMA
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Museu: 10 milhões de exemplares
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Instituição vinculada à USP é reconhecida por pesquisas em biodiversidade que contribuem para a elaboração de politicas públicas.
Brasília (14/04/2018) – O ministro substituto do Meio Ambiente, Edson Duarte, e uma comitiva de dirigentes da pasta e unidades vinculadas realizaram visita técnica ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo/SP, neste sábado. O museu é a primeira instituição brasileira a ser reconhecida como fiel depositária pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, do ministério, e detém um dos maiores acervos zoológicos da América Latina.
O Museu de Zoologia é fonte de dados importantes em biologia evolutiva, paleontologia, ecologia e biologia molecular, dados utilizados em estudos de monitoramento ambiental, mudança do clima e bioprospecção.
O grupo foi recebido pelo diretor da instituição, Mário César Cardoso de Pinna, acompanhado pelo vice-diretor Marcelo Duarte e por professores ligados à instituição, incluindo o Instituto de Estudos Avançados (IEA). A pró-reitora adjunta de pesquisa, Emma Otta, representou o reitor da USP, Vahan Agopyan.
Guiada pela professora Maria Isabel Landim, a comitiva percorreu as instalações do lugar, que guarda mais de 10 milhões de exemplares preservados de espécies e ecossistemas. Houve também palestra dos professores Aléssio Datovo e Marcos Tavares sobre a pesquisa em biodiversidade desenvolvida no museu e um debate obre temas como a Lei da Biodiversidade e o Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen).
Os pesquisadores foram informados da publicação de resoluções recentes do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), que representam avanços importantes para a academia. Elas foram elaboradas em parceria entre o ministério e entidades representativas no âmbito da Câmara Setorial da Academia, instância em que a pasta tem mantido diálogos notadamente com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia Brasileira de Ciência (ABC) e a Associação Brasileira de Antropologia (ABA).
Acompanharam o ministro, a presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Suely Araújo, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiveridade (ICMBio), Ricardo Soavinski, e o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do órgão, Marcelo Marcelino, o secretário de Biodiveridade do ministério, José Pedro de Oliveira Costa, e o diretor de Departamento de Apoio Ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético no ministério, Rafael de Sá Marques.
O Departamento de Zoologia da USP foi considerado, recentemente, o primeiro no mundo pelo Center for World University Rankings, instituição da Arábia Saudita que classifica as universidades por áreas de concentração.
IMPORTÂNCIA
Edson Duarte ficou impressionado com a coleção do Museu de Zoologia e com o papel que presta ao Brasil e ao mundo. Nas palavras do ministro substituto, a visita é um reconhecimento à importância da pesquisa e do conhecimento acadêmico e, às universidades, na construção do conhecimento “fundamental para a construção de políticas e decisões públicas”.
O ministro lembrou o papel que o Brasil tem cumprido por conta do patrimônio natural e de sua megabiodiversidade. Possível, segundo ele, por conta de trabalhos como o do museu, “que carrega não apenas um acervo único, mas a história, o papel e a contribuição de tantos jovens que hoje já escrevem suas próprias histórias e que passaram por essa instituição”.
De acordo com José Pedro, a primeira visita do ministro ao museu tem um forte simbolismo por se tratar de uma das instituições mais importantes do Brasil, em termos de pesquisa cientifica em área importantíssima para o ministério. “A proteção e o conhecimento da biodiversidade são a base de todo o trabalho ambiental. É onde a gente tem que se agregar e fazer parcerias”, disse.
Para o secretário, a visita também representa o agradecimento do ministério ao apoio prestado pela instituição durante os entendimentos que culminaram com o decreto que transformou em unidades de conservação marinhas, os arquipélagos de São Pedro e São Paulo, na costa pernambucana, e Trindade e Martim Vaz, na costa capixaba.
Segundo Rafael Marques, a visita mostra conquistas na gestão do patrimônio genético e na pesquisa relacionada à biodiversidade brasileira. “Ficamos sabendo in loco como ela acontece hoje em uma instituição de referência como o museu, o que é importante para a gente ter o conhecimento sobre a condição de funcionamento, as tecnologias disponíveis, o retorno à sociedade. Assim, podemos aprimorar a pesquisa do patrimônio genético”.
Suely Araújo, do Ibama, afirmou que “o museu é referência mundial na área e fazer uma visita técnica para conhecê-lo possibilita discutir a relação das iniciativas da instituição com as políticas e ações implementadas pelo ministério”.
O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, e o diretor Marcelo Marcelino falaram sobre o SISBIO, sistema de atendimento a distância que permite a pesquisadores solicitar autorizações para coleta de material biológico e para a realização de pesquisa em unidades de conservação federais e cavernas.
COLEÇÃO
A professa Emma Otta destacou o acervo do museu, afirmando que a coleção centenária, com cerca de 10 milhões de exemplares, é uma das maiores do mundo. Para o diretor Mário Pinna, a visita do ministro Edson Duarte abre uma possibilidade de diálogo e interação importantes para a condução das políticas já existentes e de adaptações necessárias, de acordo com ele, de alguns pontos das normas que regem a área. “Estamos do mesmo lado”, afirmou.
Por: Waleska Barbosa, enviada especial a São Paulo/ Ascom MMA
Fonte: MMA