Bancada solicitou informações ao MMA sobre incêndios e medidas adotadas para prevenção, combate das chamas e manejo de animais silvestres vitimados
O Partido Verde, por meio da bancada federal, tem mostrado consternação pelos recorrentes incêndios florestais registrados no Pantanal, em especial no Mato Grosso, e as perdas imensuráveis de fauna e flora na região. Os incêndios, que já consumiram cerca de 10% de todo o bioma, foram objetos de requerimentos de informações e ofícios protocolados ao Ministério do Meio Ambiente e órgãos vinculados no último mês.
No documento submetido ao ministro Ricardo Salles, o PV questiona dados referentes à Amazônia, e salienta ainda que a preocupação se estende a todos os biomas nacionais, suscetíveis ao advento de queimadas, principalmente, em função da utilização do fogo como um instrumento agronômico arcaico de limpeza de área, para fins de formação de pastagens, com ênfase para o Cerrado e o Pantanal.
Apenas do início de 2020 até hoje, no Pantanal Matogrossense, já haviam sido registrados mais de 25.000 focos de calor no bioma do estado, o maior número já mapeado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no período desde 19988, ano em que o monitoramento começou a ser realizado, trazendo prejuízos incalculáveis para a biodiversidade e para a economia desse frágil Bioma. Estima-se um aumento de 189% das queimadas em um ano no Bioma.
Dentre os questionamentos, reforçamos as ações, projetos e/ou programas implementados no âmbito da pasta, bem como dos órgãos vinculados, de forma especial no Ibama, no ICMBio e no PREVFOGO, para se promover os trabalhos de monitoramento, controle, fiscalização, prevenção e combate às queimadas e incêndios florestais em todos os biomas.
Ainda em agosto, o deputado federal Célio Studart, protocolou ofício ao presidente do Ibama, Eduardo Fortunato, sobre o manejo de fauna silvestre vitimado pelos incêndios florestais no Pantanal e na Reserva Ecológica Araras, na Serra dos Orgãos que também estava acometida por incêndios catastróficos.
No documento, ele questionou o órgão ainda sobre os projetos e as condições de atuação dos Centros de Triagens de Animais Silvestres (Cetas), bem como atividades de tratamento veterinário, contagem de indivíduos atingidos e o retorno desses animais ao habitat.
“Vale ressaltar que há, afetadas por incêndios, espécies sensíveis, raras, vulneráveis e ameaçadas de extinção, bem como as endêmicas, que só existem nestas regiões, e aquelas que sequer foram ainda catalogadas, representando uma riqueza biológica incalculável. Ainda de acordo com o Inpe, também há presença de fogo na Amazônia, no Cerrado, Mata Atlântica, na Caatinga e no Pampa”, alerta Studart.
Segundo o deputado, os dados são preocupantes para além da flora. “Estima-se que existam apenas no Pantanal mato-grossense cerca de 500 espécies de aves, 120 de mamíferos e cerca de 150 espécies de répteis que estão sendo afetados pelas chamas”.
Até o momento, não há informações oficiais sobre o tratamento destes animais feridos, bem como levantamento de indivíduos afetados e as espécies. O Ibama pediu prorrogação do prazo para resposta até outubro de 2020, conforme consta no sistema da Controladoria-geral da União.
http://falabr.cgu.gov.br/publico/Manifestacao/DetalharManifestacaoSolicitante?id=4dxo39Ndytg%3d&cac=4kc8Ih5BIeToYeot2lJOkQ%3d%3d