Produtor orgânico e criador de abelhas, Thomas Waitz, divide a presidência da Federação dos Verdes com Mélanie Vogel e é membro do Parlamento Europeu
O Partido Verde brasileiro recebeu nesta terça-feira Thomas Waitz como co-chair da Federação Verdes da Europa. Thomas está visitando o Brasil em busca de uma visão real da posição brasileira para o fechamento do acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia. Thomas demonstrou muita preocupação com a proposta europeia de perpetuação dos países do Mercosul como vendedores de commodities baratas e compradores de produtos industrializados caros da Europa. Segundo ele, “para gerar riqueza é preciso manufaturar e não só vender commodities. O Brasil precisa acabar com a pobreza.”
O verde disse que vem mantendo contato com parlamentares brasileiros e que vê o Congresso dominado por agro-oligarcas que não têm interesse em preservar o meio ambiente, proteger as florestas e os territórios indígenas. José Luiz Penna, presidente do PV, disse que o partido conseguiu derrubar o fascismo que dominou o país nos últimos quatro anos, mas que a vitória de Lula não garantiu uma maioria no Congresso. “É muito difícil preservar o meio ambiente quando a pauta política e econômica é explorar petróleo na Foz do Amazonas”, afirmou. Thomas comemorou a vitória de Lula, dizendo que “para nós pacifistas verdes, toda coalização democrática é melhor do que o fascismo”. Na Europa, nós nos aliamos com a esquerda e com a direita, sempre lutando pelo pacifismo, pelo meio ambiente e pela igualdade de gênero”.
A secretária Nacional de Comunicação do PV, Mariana Perin, lembrou que o PV vem lutando também no judiciário pela preservação das terras indígenas, contra o desmatamento e o garimpo ilegal, mas que a igualdade de gênero é difícil, não só no país, mas no próprio PV. Thomas explicou que a igualdade de gênero é uma realidade no PV Europeu, com 50% de mulheres e 50% de homens, inclusive a presidência é compartilhada entre ele e Mélanie Vogel. Disse também que a luta pela inclusão LGBTQIAP+ é forte e que o partido já conseguiu uma grande participação dos jovens, que têm autonomia política e orçamento próprios.