Chico Mendes (1944 – 1988), ativista político e ambiental brasileiro, recebe uma homenagem do Google nesta terça-feira, quando completaria 71 anos de idade. O sindicalista lutou em defesa dos seringueiros na Amazônia – grupo do qual fez parte – e contra o desmatamento da floresta. Chico atuava em manifestações pacíficas, chamadas de “empates”, em que os seringueiros protegiam as árvores com seus próprios corpos.
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Nascido em Xapuri, no Acre, Chico criou desavenças com grandes latifundiários e acabou assassinado na porta de casa por dois fazendeiros. O atentado aconteceu em 1988, uma semana após seu aniversário de 44 anos.
O Doodle que substitui a logo do buscador nesta segunda, mostra Chico retirando a seiva de uma árvore na Amazônia, atividade que praticava desde criança. Após a morte, o ativista recebeu homenagens como a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, do Parque Chico Mendes em Osasco e diversas ruas pelo Brasil receberam seu nome.
Quem foi Chico Mendes?
Chico Mendes cresceu em meio à grande exploração de mão de obra de seringueiros na Amazônia, em uma relação que ganhava contornos de semiescravidão, graças ao aviamento. O sistema de troca de mercadorias pelo produto do extrativo gerava uma sociedade endividada e em permanente miséria. Com a ditadura militar nos anos 70, o cultivo de seringais deu lugar à especulação fundiária por conta da pecuária. Isso levou a grandes desmatamentos, colocando o jovem ambientalista em confronto direto com grandes donos de terra.
Diferente de outros seringueiros, Mendes sabia ler e escrever, e tinha considerável arcabouço cultural. Usando de sua oratória e influência, presidiu duas unidades do Sindicato dos Trabalhadores Rurais em 1975 e, depois, em 1983, intensificando a luta contra latifundiários após a morte de seu amigo Wilson Pinheiro, assinado por ter liderado movimentos grevistas.
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Frases de Chico Mendes
Chico Mendes dedicou-se a mostrar que é mais vantajoso ambientalmente e economicamente manter uma floresta em pé do que derrubá-la. Apoiado por estudos científicos anos mais tarde.
“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”, disse Chico Mendes, em uma de suas incursões pela floresta, ao lado de sindicalistas e outros parceiros na defesa da Amazônia.
O ex-seringueiro tornou-se referência internacional de defesa dos direitos humanos e meio ambiente, tendo sido tema do documentário “Quero Viver”, produzido pelo inglês Adrian Cowel e lançado em 1987, e tendo ganho o prêmio Global 500, da ONU, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, Estados Unidos.
Chico Mendes e Xapuri
Mesmo reconhecido no exterior, Chico Mendes não deixou Xapuri, interior do Acre, onde lutava para conseguir regularizar terras fruto de conflito fundiário, e ao mesmo tempo em criar reservas extrativistas. Os trâmites legais, porém, eram lentos e não evoluíam nos órgãos governamentais, que deveriam ser os responsáveis pelas autorizações e gerenciamento das terras no estado.
Em 22 de dezembro de 1988, uma semana depois de seu aniversário, Chico Mendes foi assassinado em uma emboscada nos fundos de sua própria casa, a mando do grileiro de terras Darly Alves. O sonho do ambientalista, porém, se concretizou em parte dois anos depois justamente por causa de sua morte, que mobilizou a imprensa a política nacional. As primeiras Reservas Extrativistas na Amazônia foram criadas em março de 1990, tornando-se o grande legado de Mendes e ajudando a formar o conceito de desenvolvimento sustentável defendido na Rio 92.
*Colaborou Paulo Alves
Fonte: Techtudo