Pessoas fora do grupo prioritário estariam sendo imunizadas indevidamente contra a Covid-19
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem, o deputado federal Célio Studart (PV-CE) cobrou nesta quinta-feira (21) do ministro da Saúde providências sobre as denúncias de desrespeito ao plano nacional de vacinação contra a Covid-19 nos estados.
Em ofício direcionado a Eduardo Pazuello, o parlamentar chama atenção para as informações veiculadas na imprensa sobre pessoas que não fazem parte do grupo prioritário e, mesmo assim, supostamente estariam sendo vacinadas.
Reportagem publicada no site do jornal ‘Valor Econômico’ e citada no documento aponta que o início da primeira fase da campanha de vacinação está sendo marcado por flagrantes de pessoas fora do grupo de risco furando a fila de imunização. De acordo com texto, há casos que estão sendo investigados pelo Ministério Público em Pernambuco, Sergipe e Amazonas.
O estado da região Norte, inclusive, teve o seu processo de vacinação suspenso em razão das denúncias, destaca o ofício. No DF há suspeita de que servidores da Secretaria de Saúde também tenham sido vacinados indevidamente.
“Na condição de presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem, solicitamos desta Pasta providências no sentido do reforço das orientações aos estados em relação ao respeito às prioridades definidas no plano nacional de vacinação e uso correto das doses distribuídas aos estados e municípios, além de medidas adicionais consideradas pertinentes pelo Ministério”, afirma Célio no documento.
Nesta semana, o Brasil deu o início à campanha nacional de vacinação contra a Covid-19, com o uso das seis milhões de doses do imunizante do Instituto Butantan nos estados e no Distrito Federal. O plano de imunização do Ministério da Saúde estabeleceu, neste primeiro momento, que profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos e pessoas com deficiência vivendo em instituições e indígenas aldeados receberão as doses.
“Os profissionais de saúde – inclusive milhares de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – estão na linha de frente do combate ao coronavírus desde o início da pandemia e merecem não apenas nossa consideração e respeito, mas a proteção vacinal prioritária. É inaceitável que pessoas fora dos grupos incluídos nesta primeira etapa sejam imunizadas antes, a despeito do nosso desejo de que toda a população receba a dose no horizonte de tempo mais curto possível”, conclui o deputado.