Centenas de pessoas protestaram na tarde de ontem no Farol da Barra contra a nomeação do deputado e pastor Marco Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados.
Os protestos na capital baiana e outras 14 cidades foram marcados usando as redes sociais. No local, vários cartazes pedindo a saída do pastor Marco Feliciano e um megafone estava aberto ao público. “Como pode um homofóbico e racista declarado presidir uma comissão tão importante para os homossexuais e negros?”, questionou o administrador Alan Nunes.
A vice-prefeita Célia Sacramento (PV) esteve presente e disse que mais manifestações como a de ontem devem ser feitas. “Ele (Marco Feliciano) tem que sair de lá. Não devemos ficar calado diante de uma situação dessas. A nomeação do pastor é um retrocesso para o nosso país.”, declarou Célia
Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), também esteve presente com uma bandeira do movimento aberta. Com seu tradicional grito de “A Bahia é gay”, Mott pediu união de todos para que o Feliciano saia do comando. “Temos que pedir respeito à diversidade, nosso país é livre e não pode ser comandado por uma pessoa que não tem competência e não entende as minorias. Esse é um movimento muito importante que tem a participação de várias ONG’s, entidades feministas e do movimento negro.”, disse.
Segundo a 11ª Companhia Independente de Polícia Militar (Barra), cerca de 500 pessoas fizeram pacificamente o protesto desde as 16h.
Do farol, o grupo seguiu em caminhada ao Cristo, na Ondina, com os cartazes e também o megafone. Ainda no sábado (9) foi enviado ao presidente da Câmara, deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) um requerimento pedindo a anulação das eleições que levaram o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, realizadas dia 7 de março. A iniciativa partiu da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e suas 286 entidades filiadas.
Acusado de homofobia e racismo por defensores de direitos de homossexuais e negros, Feliciano recebeu 11 dos 12 votos dos parlamentares da bancada evangélica, um a mais do que o mínimo necessário para ser eleito.
Fonte : Tribuna da Bahia