Quase mil organizações da sociedade civil lançaram publicação que traz dados sobre os problemas e as inconsistências do projeto que ameaça o segundo parque nacional mais visitado do País. ISA participa da iniciativa
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As quase mil organizações da sociedade civil brasileira que estão mobilizadas contra a tentativa de reabrir a estrada que cortava, até 2003, o Parque Nacional do Iguaçu (PR) lançaram uma cartilha que aponta os diversos problemas que a proposta pode provocar. O ISA também assina a publicação “A estrada não é o caminho”, que, em 10 páginas, traz textos e fotos com dados econômicos, sociais e ecológicos sobre a questão (baixe aqui o arquivo).
O Parque Nacional do Iguaçu é o segundo mais visitado do País, com mais de 1,5 milhão de visitantes ou 28% do total neste tipo de unidade de conservação (UC), em 2012. Ele só perde para o Parna da Tijuca (RJ), onde está o Cristo Redentor, mais famoso cartão postal do Brasil, com 2,5 milhões de visitantes. A área é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco) e abriga as Cataratas do Iguaçu, escolhidas recentemente uma das sete maravilhas da natureza. Por causa disso, Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na fronteira com a Argentina, onde está localizada o acesso ao parque, é o segundo destino mais procurado por turistas estrangeiros no Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro nesse quesito. É este patrimônio que está ameaçado pela ideia de reabrir a estrada.
A proposta consta do Projeto de Lei 61/2013, de autoria do deputado Assis do Couto (PT-PR) e que tramita hoje no Senado. O agravante é que o projeto não ameaça apenas o Parna do Iguaçu. Na tramitação na Câmara, o relator Nelson Padovani (PSC-PR) introduziu uma emenda que muda a Lei 9.985/2000, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), para criar a figura da “estrada-parque”, o que pode impactar o conjunto das UCs brasileiras.
Ambientalistas, pesquisadores e governo apontam que a construção de estradas dentro de unidades de conservação (UCs) provoca e amplia uma série de impactos negativos, como aumento da extração ilegal de madeira e de outros produtos florestais, incêndios, fragmentação de ambientes, atropelamento e caça de animais.
Fonte : ISA