Especialistas alertam que a depressão a doença que mais incapacita pessoas em idade laboral no mundo, sendo um transtorno tratável.
Em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado em 12 de outubro, a Câmara dos Deputados, por meio do requerimento do deputado Reginaldo Veras (PV/DF) realizou hoje uma sessão solene para discutir os desafios e avanços na área.
O evento, que foi conduzido conjuntamente com o Movin – Movimento para a inclusão, contou com a participação de autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil, teve como objetivo chamar a atenção para a importância da saúde mental e a necessidade de políticas públicas mais eficazes.
Compuseram a mesa da solenidade, a professora Josenaide de Freitas, professora da adjunta da Universidade de Brasília, especialista em saúde mental (Projeto Tecendo o Amanhã); Dr. Leila Herédia, porta-voz do Centro de Valorização da Vida (CVV); Dr. Vinícius Dornelles,psicólogo e coordenador nacional da Dialectical Behavior e Therapy – DBT Brasil – Terapia Comportamental Dialética; Dr. Andrea Chaves, representando a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio e servidora pública do Samu – Brasília; Dr. Maria Cecília de Freitas, terapeuta comportamental, psiquiatra, doutora pela usp, autora do livro menos regras; Professora Luciana Pacheco, pedagoga e arteterapeuta; Andrea Mata Machado, psicóloga da Unidade Básica de Saúde – UBS 5 de Samambaia.
Os deputados Erika Kokay (PT/DF), Mayra Pinheiro (PL/CE) e Tadeu Oliveira (PL/CE) também fizeram uso da palavra.
Em sua manifestação inicial, o presidente da mesa, deputado Reginaldo Veras, também membro da Comissão de Administração e Serviço Público da casa, apresentou o cenário em que se nota o impacto de problemas de saúde mental nos servidores públicos “No Plenário da Câmara dos Deputados, já pronunciei 4 discursos abordando nossa preocupação com a saúde mental dos servidores e da população em geral. Segundo dados da Secretaria de Educação do Distrito Federal, nos últimos 3 anos, 14 mil servidores precisaram se afastar do trabalho por causa de ansiedade, depressão, estresse ou outros problemas relacionados à saúde mental.Na Polícia Militar, na Polícia Civil do Distrito Federal e na saúde pública, as estatísticas não são diferentes, sendo uma das principais causas de absenteísmo entre os servidores”, comentou.
Em uma fala carregada de emoção, a psicóloga Andrea Chaves, que atende pacientes em risco no Sistema de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, apresentou dados alarmantes sobre as doenças mentais. “Eu sonho o dia em que o SUS vai mudar os registros de 2023, onde temos mais de 11.502 internações relacionadas a tentativas de infringir ou causar dano a própria vida. São 31 casos diários de internação de pessoas que tentaram acabar com suas vidas. A taxa de suicídio cresceu muito. Estamos tendo um aumento grave dos casos, frutos de políticas não efetivas de prevenção e tratamento. Onde o paciente sai do Caps e não tem acesso ao medicamento que ele precisa. A depressão a doença que mais incapacita pessoas em idade laboral no mundo, sendo um transtorno tratável”, pontou a profissional.
Para o parlamentar, o descaso e a falta de seriedade com o tema se revelam nas condições de atendimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Estes espaços enfrentam precárias condições de instalações e uma enorme falta de profissionais para atender à demanda. É inadmissível que o Estado brasileiro se omita e que a Câmara dos Deputados não exija do governo diretrizes para tratarmos desse tema com mais seriedade, eficiência e eficácia”, cobrou Veras.
No dia 12 de outubro, o Congresso Nacional será iluminado em cor verde, como forma de conscientização sobre a saúde mental.