O cacique Raoni Metyktire, do povo Mebengôkre (Kayapó) do Mato Grosso, chegou nesta quarta-feira, 12, a Brasília para somar-se à luta dos 150 indígenas Munduruku e Xipaya, há oito dias protestando na capital federal contra a construção de hidrelétricas em seus territórios. O encontro ocorrerá na sede da Funai no final da tarde desta quarta.
Munduruku e Kayapó tiveram conflitos no passado, desse modo trata-se de um momento histórico. No entanto, o espírito agora é de união dos povos na luta contra a construção de hidrelétricas em seus territórios e contra a perda de direitos já garantidos pelas populações tradicionais, consolidados nas tentativas do governo e parlamento em aprovar leis e decretos como a PEC 215, Portaria 303 e o PL 1610, entre outros.
No manifesto escrito durante assembleia com 400 caciques, guerreiros e lideranças do povo Mebengôkre, realizada no início de junho, os indígenas afirmaram: “não reconhecemos como nossos representantes a Presidenta da Republica Dilma Rouseff e os deputados e senadores que estão no congresso”.
Sobre a questão Munduruku, os Kayapó registraram que não aceitam “que as forças armadas invadam nosso território sem a nossa autorização, como prevê o Decreto nº 7.957/2013. O que aconteceu com nosso parente Munduruku, assassinado pelo Estado brasileiro, é uma vergonha inaceitável que não pode se repetir nunca mais”
Raoni virá acompanhado de mais três Kayapó: Patxon Metyktire, Puiu Txucarramãe e Yabuti Metyktire. A delegação chega ao aeroporto de Brasília por volta das 17h, e segue direto para a sede da Funai, onde será realizado um ato público na frente do órgão indigenista, previsto para às 18h.
Fonte: CIMI