Quando era criança, observando o pai trabalhar em uma fazenda cortando árvores para produção de carvão e para a criação de gado, Antonio Vicente viu com os próprios olhos o efeito do desmatamento sobre as águas e a terra do local. Anos depois, pensando em salvar sua própria terra da seca, ele decidiu, com as próprias mãos e a ajuda de um jumento, plantar uma floresta no terreno que havia adquirido.
Seus vizinho na Serra da Mantiqueira, em São Paulo, o chamavam de louco, afirmando que árvores eram um desperdício de terreno, que não lhe trariam lucro e impediriam que ele criasse gado ou produzisse a partir de sua terra. 40 anos e mais de 50 mil árvores plantadas depois, aos 84 anos seu Antonio não hesita em afirmar que cada planta e árvores da floresta frondosa e plena de vida que plantou sozinho é um membro de sua família.
O terreno de Antonio é um pequeno pedaço de terra, com cerca de 31 hectares, mas nele hoje existem 8 cachoeiras nas quais é possível beber água limpa e cristalina direto da fonte, com as próprias mãos. O local é limpo, silencioso e devidamente mantido pela e para a natureza.
Seu Antonio vive na contramão da lamentável tendência a desmatar as florestas brasileiras, que vem voltando a crescer, em nome da indústria, da agricultura, e do lucro. O propósito de sua vida é deixar esse legado verde como uma herança permanente e perpétua para a região – e, assim, de fato um presente para a humanidade. Hoje ninguém o chama de louco, e nada pode de fato ser mais visto como riqueza e luxo do que a floresta que seu Antonio plantou.
Fonte: hypeness