Esta semana marcou a abertura dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Para a ONG Transparência Internacional, organização mundial da sociedade civil que luta contra a corrupção, a Olimpíada pode servir como propulsora para reenergizar a luta contra a corrupção.
“Mas, mesmo se a cidade maravilhosa, conhecida por sua beleza e espírito festeiro, mostrar um bom show para o mundo, não vai conseguir mascarar as crises que o Brasil e do desporto global enfrentam ou a sua causa raiz: a corrupção”, diz nota da entidade.
De acordo com a Transparência Internacional, três passos que podem trazer mudanças e esperança renovada ao Brasil. O primeiro é dar continuidade às investigações em curso e ações legais associadas ao escândalo de corrupção da Operação Lava Jato. “As iniciativas não devem ser influenciadas pelo debate político polarizado do país, ou a interferência de interesses poderosos que querem ver o fracasso das investigações”, afirma a entidade
Para a ONG ainda é preciso acelerar a aprovação pelo Congresso Nacional das 10 Medidas de Combate à Corrupção proposto pelos promotores do Ministério Público Federal e apoiada pelas assinaturas de quase 3 milhões de brasileiros.
O terceiro passo seria criar um “Sistema Anticorrupção Nacional” com bons recursos para que os tem órgãos de controle internos e externos, como um Provedor de Justiça e Procurador independente escritórios, e também fornece um instituto nacional para o acesso à informação, e suporta unidades anticorrupção no Judiciário
A entidade aponta que a preparação para a Copa de 2014 colocou milhões de pessoas nas ruas do Brasil expressando a indignação em relação à corrupção no governo e ao custo da realização do evento. Para a Olimpíada há menos protestos, porém, pouco mudou de lá pra cá.
A TI lembra que a presidente eleita Dilma Rousseff está afastada e enfrentando processo de impeachment, mais de 50 políticos estão envolvidos no contínuo escândalo da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, e o chefe da maior empresa de construção civil do Brasil, a Odebrecht, está atrás das grades.
Cabe ressaltar também que o Comitê Olímpico Internacional (COI) está enfrentando o maior problema de corrupção desde 1999, com as revelações de dopping patrocinado pelo Estado na Rússia.
“Não surpreendentemente, a confiança nos políticos e no desporto é a mais baixa de todos os tempos. Mas não é hora de desistir ou ceder à fadiga corrupção. A Transparência Internacional acredita que é possível vencer a corrupção nos setores público e privado”, expõe.
TI e o Esporte
Este ano Transparência Internacional se dedicou ao Relatório Global de Corrupção, que traz a experiência do movimento anticorrupção para detalhar um problema de corrupção específico: a prática do desporto. O “Relatório Global de Corrupção: Esporte” apresenta mais de 60 artigos dos principais especialistas sobre a integridade no desporto concentrando-se na governança em organizações desportivas, megaeventos e manipulação de resultados. O relatório lista recomendações abrangentes para os governos, organizações desportivas e cidades que consideram sediar grandes eventos.
Fonte : Contas Aberts