País apresenta proposta para proteção das espécies no Atlântico Sul em evento da Conferência dos Oceanos da ONU, em Nova Iorque.
DA REDAÇÃO
A delegação brasileira, que participa até amanhã (09/06) da Conferência dos Oceanos, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, realizou nessa quarta-feira (07/06), apresentação sobre a criação do Santuário das Baleias do Atlântico Sul e a relação com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 14, que busca a conservação e o uso sustentável dos oceanos.
Durante a apresentação, o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, José Pedro Costa, afirmou que sente orgulho do que o Brasil tem feito para a proteção e conservação das baleias e dos ecossistemas marinhos e destacou que o objetivo agora é olhar para frente e trabalhar ainda mais. “Estou aqui para pedir a colaboração de todos vocês para construirmos uma governança internacional sólida que aborde seriamente a conservação dos cetáceos e dos recursos marinhos e costeiros”, informou o secretário.
APOIO
Participaram do evento representantes dos governos da Argentina, Uruguai, África do Sul, Gabão e Nova Zelândia, entidades apoiadoras da criação do Santuário, como a WWF e a Conservação Internacional. “Nos comprometemos a apoiar o Brasil e os outros países no Santuário”, garantiu o responsável pela área de Oceanos na WWF Internacional, John Tanzer.
Personalidades engajadas na conservação da biodiversidade marinha também estavam presentes no evento brasileiro, entre eles, Fabien Cousteau, fundador e presidente do Centro de Aprendizagem sobre Oceano (OLC), Francesca Thyssen von Habsburg, colecionadora de arte e presidente da Fundação de Arte TBA21, Joshua Zeman, documentarista e produtor cinematográfico, e Oskar Metsavaht, documentarista e diretor de criação da Osklen.
Os participantes debateram os objetivos da proposta, a redução das ameaças no Atlântico Sul prevista a partir da criação do Santuário e as relações dessas medidas com quatro das sete metas do ODS 14. Entre as propostas do Santuário estão o incentivo às atividades de turismo sustentável, voltada para observação de baleias, e o fortalecimento da resiliência, produtividade e saúde dos oceanos.
A diretora-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), Irina Bokova, parabenizou a iniciativa e ressaltou que a Unesco apoia totalmente a criação do Santuário. “Para a Unesco, esta proposta é de vital importância para apoiar a conservação da biodiversidade marinha e para implementar a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. A proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul inclui componente educacional, inclusive para o público em geral, para aumentar a conscientização sobre a importância da conservação das baleias, para a humanidade e para o planeta”, enfatizou.
Evento paralelo (side event) do Brasil na Conferência dos Oceanos (Foto: Divulgação MMA)
O SANTUÁRIO
O Atlântico Sul abriga mais de 50 espécies de cetáceos. Seis delas (baleia-azul, baleia-fin, baleia-sei, baleia-minki-austral, baleia-jubarte e baleia-franca-austral) são altamente migratórias, já que se alimentam nos Oceanos Antártico e Subantártico durante o verão e se reproduzem em águas tropicais, subtropicais e temperadas do Oceano Atlântico Sul no inverno e na primavera.
Todas as espécies de grandes baleias foram exploradas pela caça comercial de baleias no Oceano Atlântico Sul e cada espécie sofreu diferentes graus de exploração, tendo algumas populações sido severamente esgotadas. Embora protegidas por uma moratória internacional sobre a caça às baleias, a maioria dessas espécies que frequentam o Oceano Atlântico Sul permanece em perigo.
Em outubro de 2016, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, recebeu cerca de 900 mil assinaturas referentes ao abaixo-assinado popular da campanha internacional pela criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul.
O objetivo da campanha, lançada pelo Brasil, África do Sul, Argentina, Uruguai e Gabão, é sensibilizar a comunidade internacional para aprovar o estabelecimento de uma área de conservação das baleias que habitam o oceano Atlântico.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
Fonte: MMA