Presidente pretende formalizar nos próximos dias a indicação para a chefia do MPF. Ele diz que há pelo menos cinco nomes na disputa, entre os quais, o da atual PGR, Raquel Dodge.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (8) que espera indicar um procurador-geral da República que trate da questão ambiental “sem radicalismo”. Ele também defendeu que o escolhido tenha “tratamento adequado” com as Forças Armadas e que não atue de “forma xiita” em relação às minorias.
Bolsonaro fez a afirmação durante entrevista na saída do Palácio da Alvorada. Segundo o presidente, pelo menos cinco nomes estão na disputa pela indicação para a chefia do Ministério Público Federal (MPF), entre os quais, a atual procuradora-geral, Raquel Dodge.
Perguntado sobre o perfil do escolhido para o cargo de procurador-geral, Bolsonaro destacou a importância de atuar sem radicalismo na área ambiental.
“Esperamos ter um procurador que trate a questão ambiental, por exemplo, sem radicalismo. O Brasil está há seis anos tentando fazer o linhão de Manaus-Boa Vista. Em grande parte, problema ambiental. E que não atrapalhe na questão de minorias”, disse.
Bolsonaro deu como exemplo de trabalho junto às minorias a questão indígena. O presidente conta que o futuro chefe do MPF trabalhe entre seus pares para evitar a “forma xiita” de tratar as minorias.
Sobre as Forças Armadas, Bolsonaro disse que muitas vezes o MPF interfere em temas da caserna e citou uma intervenção do órgão para que alunos de escolas militares não precisem obedecer regras de corte de cabelo.
O presidente ainda disse que não quer ter um PGR que trabalhe com estrelismo, que goste de “aparecer” e “falar”. “Não quero alguém que traga para si os holofotes, essa não é a intenção. É resolver o assunto”, afirmou.
Sucessão na PGR
Bolsonaro já declarou que pretende definir o novo PGR ou a recondução de Dodge até a próxima segunda-feira (12), já que o mandato da atual procuradora-geral se encerra em 17 de setembro.
Entre os cotados para o cargo de PGR, segundo Bolsonaro, estão o subprocurador Augusto Aras e procurador Lauro Cardoso, mas que há outros nomes qualificados na disputa, o que incluiu os participantes da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
De acordo com a Constituição, compete ao presidente da República indicar o PGR, mas ele não é obrigado escolher para o cargo um dos nomes da lista da ANPR. O colunista do G1 Matheus Leitão entrevistou todos os candidatos à lista tríplice. Leia as entrevistas de Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blaul Dalloul.
Reforma da Previdência
Bolsonaro parabenizou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e os demais parlamentares pela aprovação em segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência (veja no vídeo acima).
A Câmara encerrou a votação da PEC nesta quarta-feira (7), que agora será analisada pelos senadores. O texto passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e terá de ser aprovado em dois turnos para que as mudanças nas aposentadorias e pensões entrem em vigor.
“Parabéns ao Rodrigo Maia, ao Parlamento, pela responsabilidade de votar um tema que traz de certa forma algum prejuízo político para cada um deles, mas o futuro do Brasil é o que está em jogo”, disse Bolsonaro (veja no vídeo abaixo).
Questionado se é possível resgatar no Senado por meio de uma PEC alternativa a ideia de um sistema de capitalização, no qual cada trabalhador financia sua própria aposentadoria, Bolsonaro disse que a ideia é não ter alterações nas propostas.
“A ideia é não mexer em nada no Senado. Essa é a ideia. Tudo vem uma PEC alternativa, se a assim equipe econômica julgar necessário”, afirmou.
Aposentadoria militares
Bolsonaro ainda disse acreditar que até setembro Câmara e Senado terão aprovado a PEC da reforma da Previdência e o projeto que muda regras de aposentadoria dos militares das Forças Armadas.
Rodrigo Maia afirmou na quarta-feira que será instalada na próxima semana a comissão especial responsável por discutir a aposentadoria de militares, projeto entregue por Bolsonaro em março.
Segundo o presidente, o projeto “vai tramitar sem qualquer percalço” na Câmara enquanto os senadores analisam a PEC com as mudanças na previdência dos civis.
“A Câmara aprovando a nossa reforma vai para o Senado também, vai ficar na fila até aprovar a PEC da Previdência. […] As duas acabam esse ano. Acho que em setembro resolve no Senado e resolve a nossa [dos militares] também”, disse.
Jogos eletrônicos
Bolsonaro afirmou que pretende assinar um decreto para reduzir tributos cobrados sobre jogos eletrônicos.
Segundo o presidente, há possibilidade de o decreto ser assinado nesta quinta-feira (8).
“Atualmente varia de 20% a 50%. Nós estamos botando de 15% a 40%. É uma certa redução, eu não posso, vamos sair reduzindo tudo”, informou.
Fonte: Bolsonaro