A barragem do Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, apresentou um novo vazamento no começo da tarde de ontem. De acordo com o chefe da Defesa Civil de Mariana, Welbert Stopa, o órgão foi avisado pela empresa, que adotou o alerta amarelo. Stopa afirma que não há vítimas, mas que, seguindo a legislação, os funcionários tiveram que sair do local. “Teve um deslocamento de massa. Foi material acumulado que vazou”, afirma.
O responsável pela Defesa Civil detalha que esses materiais acumulados são sedimentos do vazamento anterior, em 5 de novembro, que matou 17 pessoas, deixou duas desaparecidas, arrasou comunidades e provocou o colapso no abastecimento das cidades às margens do Rio Doce.
Segundo a Prefeitura de Mariana, a Samarco confirmou que os funcionários foram retirados do local por motivo de segurança. Ainda de acordo com informações da prefeitura, a mineradora teria minimizado a importância do incidente, qualificando o vazamento como de “volume pequeno”. A Samarco ainda teria descartado o risco de que esse material siga adiante nos cursos d´água e informado que não haveria motivo para pânico.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado de Minas Gerais (Siticop-MG), José Antônio da Cruz, funcionários, sobretudo de empresas terceirizadas, atuavam ao menos até terça-feira em áreas atingidas pela lama próximas a Bento Rodrigues, em limpeza de acessos para máquinas e, também, em reparos em outra barragem da empresa, de Germano, que, depois da tragédia de 5 de novembro, passa por obras de reforço.
O procedimento de emergência é iniciado, segundo a portaria do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), quando “for constatada, a qualquer momento, anomalia que resulte na pontuação máxima de 10 (dez) pontos em qualquer coluna do quadro de estado de conservação referente a categoria de risco da barragem de mineração, ou quando há qualquer outra situação com potencial comprometimento de segurança da estrutura. A emergência é classificada de níveis de um a três, sendo que o último é quando há ruptura ou iminência.
O promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais do Ministério Público de Minas Gerais mandou deslocar uma equipe ao local para apurar o novo incidente.
Fonte: Correio Braziliense