Nas eleições de 2010 e 2014 o segundo turno foi entre dois partidos de orientação socialista. Um socialista mais radical e outro socialdemocrata bem moderado. Escolhi votar no segundo pois avaliei virtudes e defeitos de ambos e ele me pareceu menos distante do que eu pensava na época.
Já em 2018 o quadro é bem diferente. As propostas de centro-direita, centro e centro-esquerda foram esmagadas pelas ondas de polarização extremadas de direita e de esquerda. Tanto o PSL quanto o PT são comandados por núcleos políticos radicais e com tendências autoritárias. O PSL é um verdadeiro almanaque de idéias reacionárias, anti-humanistas, violentas e simplistas que fariam corar um Pinochet de pedra. Já o núcleo dirigente do PT é uma indigesta salada de idéias marxista-leninistas que foram motivo de sofrimentos brutais para países nos século XX e XXI que experimentaram o seu gosto amargo, anti-humanista e antidemocrático.
Não. Eu não sou obrigado a escolher um deles. Não acredito nas suas propostas, promessas e malabarismos de última hora. Prefiro optar por minha consciência que tem procurado se orientar pelo valor básico da democracia. Prefiro o realismo de começar desde já ser oposição a qualquer um deles nos próximos 4 anos. Prefiro começar desde já ajudar numa rearticulação partidária que seja uma alternativa tanto ao PSL quanto ao PT. Prefiro apostar que teremos capacidade de recuperar a simpatia dos cidadãos mais moderados, mais sensatos que foram capturados pelos dois lados desta detestável polarização. Sim. Votarei nulo, contra o PSL e contra o PT.
Artigo por Eduardo Jorge