A candidata à Prefeitura do Rio pelo PV, Aspásia Camargo, apresentou suas propostas e metas para a saúde a um auditório lotado de autoridades e profissionais do setor, durante o “Encontro com a Saúde”, nesta quinta, 9 de agosto, no Centro de Convenções Mourisco, em Botafogo.
Aspásia defendeu que o prefeito assuma a gestão plena de toda a rede de saúde da cidade. O Rio tem uma das maiores redes de saúde do planeta, que é, no entanto, complexa e desorganizada. São mais de 70 hospitais públicos, 150 hospitais privados, 120 postos de saúde e 60 clínicas da família, totalizando quase 20 mil leitos. Essa estrutura pertence às redes municipal, estadual e federal, e a rede privada – que atende a maior parte da população carioca. “Não podemos falar que faltam “prédios”. Se esta rede não funciona ou é ruim, o problema é o serviço. Defendemos que esses elementos atuem de forma integrada sob a gestão do prefeito”, reiterou ela.
Segundo a candidata, é preciso definir as vocações dos hospitais, estabelecendo as funções e o tipo de atendimento prioritário de cada um. “O cidadão fica perdido quando vai buscar atendimento, porque não sabe aonde ir. A população não tem clareza das diferenças entre uma emergência e um posto. Temos uma rede muito grande e com muitos recursos, mas ela não funciona nunca porque faltam gestão e acesso à informação”, informou Aspásia, que se eleita, pretende realizar um inventário público para levantar os dados da saúde do município. “Precisamos de indicadores para planejar a cidade e a saúde e repensar o modelo de cargos e salários”, destacou. “No Rio, muitos postos abrem às 8h e fecham às 16h. A quem eles servem?”, indagou ela, que pretende organizar a cidade em distritos de saúde, seguindo as normas internacionais da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda um hospital para cada 250 mil habitantes.
O contrato de gestão, que dá autonomia aos hospitais, foi apontado pela candidata como uma medida imediata para melhorar a administração das unidades hospitalares. “Hoje os diretores dos hospitais não tem autonomia para nada. As decisões não devem estar subordinadas, como são agora, ao secretário de saúde, que está distante”, lembrou.
Aspásia também sugeriu um novo olhar para a saúde, não só pensando no social, mas a considerando como atividade econômica. Durante o encontro, o Dr. José Carlos Abraão, presidente da Federação dos hospitais e serviços de Saúde do Rio, apresentou dados indicando que o setor é responsável por 9% do PIB brasileiro. “A saúde também movimenta a economia da cidade e temos sido negligentes em considerar o potencial econômico desse segmento. Deixamos que a liderança da indústria hospitalar fosse para o interior de São Paulo e praticamente se concentrasse lá”, lamentou a candidata, lembrando que gastamos dinheiro com importação de remédios que poderíamos produzir aqui. “Não há duvida de que a prefeitura vem dando isenção fiscal de maneira errada, como fez com a CSA. Enquanto isso, a indústria médica e de informática não recebem qualquer incentivo”, destacou.
A candidata propôs a criação da Secretaria de Planejamento, com planejamento estratégico e participativo da saúde. “Todos os profissionais do setor serão ouvidos”, prometeu. Em seu programa de governo também está contemplada a cultura política da prevenção como forma de evitar a doença, através do atendimento básico, mas também de regime alimentar adequado, esporte e atenção ao corpo para uma vida saudável. “Fundamental também para a prevenção é o investimento pesado em saneamento básico”, lembrou Aspásia, levantado a bandeira de um Rio sustentável.
PV.RJ