O presidente Michel Temer recebeu nesta segunda-feira (9), no Palácio do Planalto, o presidente do PSC, Pastor Everaldo, para agradecer pela vaga na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) cedida por seu partido ao deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da denúncia contra Temer.
Everaldo foi ao Planalto acompanhado pelo líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE).
Segundo o Blog apurou, Pastor Everaldo cobra do governo a fatura pela operação que permitiu a permanência do relator que Temer queria na comissão. Entre os pedidos, ele quer que o Planalto o ajude em questões de sua base eleitoral, o Rio de Janeiro.
Com a pressão do PSDB – partido de Bonifácio –, o parlamentar mineiro só pôde seguir na relatoria da denúncia na CCJ porque o PSC cedeu sua vaga na comissão. A articulação foi coordenada na semana passada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e por André Moura.
O encontro com o pastor Everaldo não constou na agenda oficial de Temer até a última atualização.
Relação com Cunha
Everaldo sempre foi aliado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Lava Jato, e de quem ele também se dizia amigo. Everaldo aparece também nas investigações da Lava Jato e outras operações.
Na Lava Jato, a Odebrecht disse em delação premiada que pediu a Pastor Everaldo para ajudar o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) durante debate nas eleições presidenciais de 2014. Em troca, a construtora contribuiu com a sua campanha. Ele foi candidato à Presidência da República em 2014.
Um relatório da Polícia Federal (PF) que embasou a Operação Cui Bono registrou trocas de mensagens entre Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) nas quais eles discutem “repasses” para o PSC a pedido de Pastor Everaldo.
Posicionamento do PSC
Sobre a nota do Blog, o PSC informou que:
“Decisões tomadas pela bancada do partido não passam pela direção da legenda e são exclusivas da bancada. Pastor Everaldo não é investigado e nem é réu em nenhum processo da Lava Jato ou da Cui Bono”.
Fonte: Blog da Andréia Sadi